O estudante Mohamed Adel foi preso sob investigação pelo assassinato de Naira Ashraf, de 21 anos, esfaqueada em frente à Universidade de Mansoura, no norte do Egito.
Câmeras de segurança capturaram o incidente que viralizou nas redes sociais sob as hashtags em árabe “Universidade de Mansoura” e “Justiça por Naira”.
Mohamed confessou o crime, cometido nesta segunda-feira (20), após Naira recusar uma proposta de matrimônio e expor os abusos do estudante nas redes sociais.
Transeuntes descreveram como Mohamed jogou a vítima no chão e bateu sua cabeça contra a calçada. Mohamed tentou fugir, mas foi impedido por testemunhas até a chegada da polícia.
O incidente trágico reforça o fracasso do governo de Abdel Fattah el-Sisi em combater a violência de gênero. Ao contrário, as autoridades realizaram uma série de prisões contra mulheres proeminentes nas redes sociais.
This young lady was stabbed and killed today by her classmate in front of her college just because she rejected him!!! yet,some people are still justifying his crime.She was beaten in front of everyone yet, nobody took an action.Justifying a crime is also a crime.#جامعة_المنصوره pic.twitter.com/M4hcncLzPT
— Haya Ibrahim (@HayaIbr29958650) June 20, 2022
Uma influencer foi condenada a dez anos de prisão por “tráfico humano”.
Em maio de 2020, Menna Abdelaziz foi detida por quatro meses após denunciar estupro e agressão em uma transmissão ao vivo, sob acusação de “incitar a devassidão” e “violar os princípios familiares”.
A ativista feminista Amal Fathy foi condenada a um ano de prisão após divulgar um vídeo no Facebook no qual criticou o fracasso do governo em proteger vítimas de abuso sexual.
Ainda este ano, um tribunal do Cairo incriminou a jornalista Rasha Azab de “difamação” após ela publicar uma mensagem no Twitter em solidariedade a seis mulheres que denunciaram o diretor Islam Azazi de assédio e estupro.
Em um vídeo que viralizou após a morte de Naira, a advogada Nehad Abo Komsan reafirmou: “Enquanto não levarmos a sério as queixas das mulheres e acusarmos aqueles que lutam por direitos de perverter meninas e causar problemas, este será sempre o resultado”.