O Dia 28 de junho foi comemorado em todo o mundo como o Dia Internacional do Orgulho LGBTQI1A+, buscando conscientizar a sociedade para a importância do combate à homofobia. Desde 2019, a prática é criminalizada no Brasil, através da Lei de Racismo (7716/89), que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito por “raça, cor, etnia, religião e procedência nacional”. A lei contempla atos de “discriminação por orientação sexual e identidade de gênero”, o que permitiu à Justiça brasileira punir ações e medidas discriminatórias.
O fato de associar homofobia a racismo no Brasil ajuda a mostrar a contradição entre aparentemente combater um crime, enquanto se promove e pratica o outro. É isto que levou o movimento Boicote Desenvolvimento e Sanção (BDS) a celebrar a data protestando contra o seu uso para falsa propaganda antidiscriminatória, o chamado pinkwashing – ou pintar os crimes de rosa, como faz Israel. O Estado de ocupação é acusado de explorar uma suposta imagem gay-friendly quando na verdade adota o racismo como política generalizada contra a população originária e o apartheid como sistema de sustentação. Nele, a população palestina é discriminada violentamente e os defensores de direitos são punidos individual ou coletivamente.
A Ong Front Line Defenders aponta que, em 2019, “mais de 300 defensores de direitos humanos foram mortos no mundo”. Na Palestina, a realidade ultrapassa as estatísticas, uma vez que até familiares de pessoas presas injustamente e sem julgamento são vítimas das políticas racistas da ocupação, que vão de novas prisões, demolições de casas, violência policial e mortes.
Contra o pinkwashing promovido por Israel, o movimento BDS no Brasil, ao mesmo tempo em que manifestou seu apoio à população LGBTQIA+ divulgou, neste dia 28, a campanha de conscientização com o alerta: Não há orgulho no apartheid”.
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