Após semanas de negociações, a Turquia abdicou de seu veto contra a entrada de Finlândia e Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), por meio de um consenso prévio para que ambos os países tratem das apreensões de segurança reiteradas por Ancara e sejam então integrados à aliança militar.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan, seu homólogo finlandês Sauli Niinisto e a premiê sueca Magdalena Andersson assinaram um memorando nesta terça-feira (28) na cidade de Madrid, que recebe uma cúpula de três dias da coalizão internacional.
No documento, a Turquia confirma seu apoio à solicitação dos países escandinavos.
Qualquer expansão da OTAN tem de ser aprovada unanimemente pelos estados-membros.
LEIA: Turquia exerce importante papel global, afirma Nicolás Maduro
“Fico feliz em anunciar que temos agora um acordo para abrir caminho à entrada de Finlândia e Suécia na OTAN”, afirmou Jens Stoltenberg, secretário-geral da organização. “Turquia, Finlândia e Suécia assinaram um memorando que reconhece as preocupações turcas, incluindo referente a exportações de armas e combate ao terrorismo”.
O ponto crítico para Ancara era a suposta relação entre os estados nórdicos e o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), considerado “terrorista” por Turquia e aliados, dentre os quais, Estados Unidos e União Europeia.
O PKK é um grupo nacional-separatista curdo que permanece em conflito com o estado turco desde 1984. Ancara acusou Helsinque e Estocolmo de conferir apoio à organização.
Os comentários de Stoltenberg sugerem que a matéria foi solucionada.
Ao comemorar um “ótimo acordo”, a premiê sueca negou capitular excessivamente a Erdogan para persuadí-lo a derrubar o veto. Segundo as informações, Andersson mostrou mudanças na legislação de seu país sobre o terrorismo, previstas para vigorar a partir de julho.
Apesar de não aludir a detalhes, declarou a premiê: “Naturalmente, manteremos nossa luta contra o terrorismo e, como membro da OTAN, trabalhamos em cooperação com a Turquia”.
Erdogan enalteceu o acordo: “A Turquia obteve ganhos consideráveis no combate a grupos terroristas. A Turquia conseguiu o que queria”.
Segundo o texto do memorando tripartite, Finlândia e Suécia devem “expandir seu pleno apoio” a Turquia em questões de segurança nacional.
LEIA: Negociações entre OTAN e Turquia devem demorar, alerta Suécia