A Coalizão Nacional para as Forças da Oposição e Revolução da Síria condenou planos do grupo palestino Hamas para restaurar relações com a ditadura síria de Bashar al-Assad, após dez anos de intervalo. As informações são da agência de notícias Anadolu.
Khalil al-Hayya, oficial sênior do movimento de resistência e chefe de seu Departamento de Relações Árabe-Islâmicas, afirmou previamente que o conselho diretivo do Hamas “deferiu esforços para restabelecer laços com Damasco”.
Em 21 de junho, diversas redes de imprensa corroboraram a informação.
Neste entremeio, a agência Anadolu reportou uma fonte anônima, segundo a qual ambos os lados “abrirão um novo estágio de relacionamento no futuro próximo”, após o grupo libanês Hezbollah promover “incansavelmente” a mediação entre as partes.
A oposição síria descreveu a decisão do Hamas de se reaproximar com o “governo criminoso de Assad” como colidente com a “posição do povo palestino, que expressa seu apoio a seus irmãos sírios em diversas questões de dignidade”.
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“Caso o Hamas aperte as mãos do regime sectário e criminoso, perderá o público nacional e tampouco conquistará Assad, que detém um ódio profundo pelo movimento e por todos os palestinos, o que se tornou óbvio após anos de revolução, por meio de assassinatos, prisões, deslocamento e massacres, dentre os quais a chacina de Tadamon”.
O Grupo de Ação para os Palestinos na Síria — ong de direitos humanos sediada em Londres — documentou ao menos 16 refugiados palestinos assassinados por soldados de Assad, no bairro de Tadamon, em Damasco, em abril de 2013.
Além disso, dezenas de palestinos desapareceram na ocasião.
A oposição síria advertiu que o Hamas não terá qualquer ganho a favor dos palestinos ao se aliar com o “eixo de sabotagem, assassinato, estupro e tortura”.
O Hamas usou Damasco como quartel-general no exterior até 2021, quando deixou a Síria devido à guerra civil. O conflito eclodiu após Assad reprimir com brutalidade atos civis por democracia.