O maior sindicato da Tunísia autorizou seus membros a votar no referendo previsto para 25 de julho que deve culminar em uma nova Constituição, segundo informações da agência Anadolu.
“Nossos filiados têm liberdade para votar no referendo”, declarou Noureddine Taboubi, secretário-geral da União Geral do Trabalho da Tunísia (UGTT), após encontro em Túnis, realizado na noite de sábado (2).
Segundo Taboubi, o novo documento tem pontos positivos referentes a liberdades e direitos.
“A carta, no entanto, inclui artigos que consolidam o poder nas mãos do presidente, além de prescindir de qualquer menção a um estado civil”, observou Taboubi.
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Sob a nova Constituição, o governo responderá ao presidente e não ao parlamento.
A proposta também concede ao executivo poderes para dissolver o legislativo e prevê mandato de cinco anos, com a possibilidade de uma única reeleição. O texto de 142 páginas transforma a Tunísia em uma república presidencialista.
A Tunísia vive uma severa crise política que agravou o colapso econômico desde julho de 2021, quando o presidente Kais Saied depôs o governo, suspendeu o parlamento e assumiu absoluta autoridade executiva. Críticos acusam Saied de golpe de estado; o presidente nega.