Ali Huwaidi, director da Autoridade 302 em Defesa dos Refugiados, advertiu neste domingo (3) que grupos de lobby sionista obtiveram êxito em convencer diversos países a interromper suas doações à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
Em entrevista à rede Quds Press, reiterou Huwaidi: “A crise na UNRWA jamais foi financeira, mas absolutamente política”. Segundo seu relato, o lobby sionista e sucessivos governos dos Estados Unidos “buscam atacar a questão dos refugiados palestinos e o direito de retorno”.
“O estado da ocupação sionista conduz contatos intensivos com estados que colaboram com o orçamento da UNRWA”, reafirmou Huwaidi. “Os grupos de lobby obtiveram êxito em dissuadir diversos doadores a interromper suas contribuições”.
“O Reino Unido cortou pela metade os recursos encaminhados para 2022. Catar, Arábia Saudita e Kuwait reduziram as contribuições e os Emirados Árabes Unidos suspenderam as doações por completo, em fevereiro de 2021”, acrescentou.
Diante da situação crítica, Huwaidi insistiu que “não existe qualquer alternativa à UNRWA”, estabelecida pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1949, para lidar com a questão pendente dos refugiados palestinos.
Huwaidi observou que há atualmente seis milhões de refugiados palestinos em todo o mundo. As maiores populações de cidadãos deslocados pela Nakba em curso — ou seja, o processo de limpeza étnica perpetrado por Israel desde 1948 — estão na Faixa de Gaza sitiada, Cisjordânia ocupada, Líbano, Jordânia e Síria.
Segundo Huwaidi, a Autoridade Palestina (AP) deve mobilizar esforços para resolver a crise da UNRWA e preservar os direitos legítimos dos refugiados, incluindo o direito de retorno, como elemento central da questão palestina.
“Mais de US$1 bilhão foi mobilizado nos primeiros dias da guerra russa contra a Ucrânia”, insistiu Huwaidi. “Isso prova que o apoio financeiro à UNRWA não é problema, mas sim o direito de retorno e os próprios refugiados palestinos”.
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