A Autoridade Palestina (AP) condenou nesta segunda-feira (4) os resultados de um exame forense realizado nos Estados Unidos sobre a morte de Shireen Abu Akleh, jornalista da Al Jazeera baleada a serviço na Cisjordânia ocupada.
Na tarde de ontem, Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado em Washington, afirmou: “Após análise forense detalhada, realizada por peritos independentes, como parte do processo supervisionado pela Coordenadoria de Segurança dos Estados Unidos (USSC), não conseguimos chegar a uma conclusão definitiva sobre a origem do projétil que matou Abu Akleh”.
Price reafirmou ainda: “Não encontramos razão para crer que o incidente foi intencional, senão resultado de circunstâncias trágicas”.
Em resposta, a Autoridade Palestina reiterou que as circunstâncias do crime e exames forenses conduzidos pela Procuradoria-Geral do Estado da Palestina e órgãos independentes concluíram que Abu Akleh foi deliberadamente atacada por forças israelenses, enquanto sua equipe cobria uma invasão militar da ocupação contra o campo de refugiados de Jenin.
Abu Akleh era cidadã palestino-americana e vestia colete e capacete de imprensa. Evidências apontam que foi executada por um franco-atirador israelense.
“Nenhuma ambiguidade ou esforço político pode exonerar seus assassinos, encobrir o crime ou esconder a verdade”, destacou Ramallah. “Este ato de encobrimento resultará apenas na maior institucionalização da impunidade israelense e na negação contínua do povo palestino à justiça, além de ameaçar a segurança e a vida de jornalistas que operam na Palestina”.
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Segundo a denúncia, a “análise” dos Estados Unidos terá um impacto negativo sobre a segurança de profissionais de imprensa em todo o mundo.
O Ministério de Relações Exteriores em Ramallah reiterou que manterá suas buscas por justiça pelo assassinato de Abu Akleh e de todas as outras vítimas das violações israelenses.
“Continuaremos resolutos em nossos esforços internacionais, incluindo junto do Tribunal Penal Internacional (TPI), para responsabilizar aqueles que ordenam e encobrem a onda estabelecida de criminalidade nos territórios ocupados”, declarou a chancelaria em comunicado.