Famílias estadunidenses presas na Arábia Saudita e no Egito foram esquecidas em telefonema de Blinken

Parentes de cidadãos americanos detidos na Arábia Saudita e no Egito expressaram sua raiva por não terem sido convidados a participar de um telefonema no mês passado com o Secretário de Estado. Antony Blinken falou com as famílias de cidadãos detidos em outros países, como Rússia, Venezuela e Ruanda, em 22 de junho, e assegurou-lhes que ele e o governo estão “trabalhando para trazer seus entes queridos para casa”.

O convite para participar da chamada não foi estendido aos familiares dos cidadãos americanos detidos pelos governos saudita e egípcio. Há indignação por esta diferença de tratamento.

“A disposição dos Estados Unidos de gastar seu capital político na resolução de casos de detenção indevidos não é consistente e se baseia em alguns critérios arbitrários: seu parente injustamente preso está preso em um país que é inimigo ou aliado?” é relatado por um indivíduo anônimo ao The Guardian.

Após os protestos e a reportagem do jornal, o Departamento de Estado dos EUA disse ao The Guardian que “levamos a sério nossa responsabilidade de ajudar todos os cidadãos dos EUA e pressionamos para um tratamento justo e transparente em todos os casos”.

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A exposição da aparente negligência do departamento em relação a alguns detentos e seus familiares chega num momento em que o governo do presidente Joe Biden parece estar priorizando a manutenção e melhoria das relações com Riad e Cairo. Biden também deverá visitar a Arábia Saudita – assim como Israel – na próxima semana, durante a qual ele se encontrará com o príncipe herdeiro da Coroa Saudita, Mohammed Bin Salman. Espera-se que os dois líderes discutam uma série de tópicos, principalmente a produção de petróleo, os laços sauditas com Israel e as políticas sobre o Irã.

A visita planejada tem sido fortemente criticada por grupos de direitos humanos, ativistas e figuras dos partidos Democrata e Republicano, que pedem uma postura mais rígida em relação ao país em relação ao seu fraco histórico de direitos humanos e ao assassinato do jornalista do Washington Post Jamal Khashoggi em 2018. A crítica a Biden, em particular, deve-se ao seu compromisso pré-eleitoral de fazer da Arábia Saudita um estado “pária” na comunidade internacional.

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