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Governo militar no Sudão pede ‘neutralidade’ da ONU

Protesto em frente a Missão das Nações Unidas para Transição Integrada no Sudão (Unitams), na capital Cartum, 5 de fevereiro de 2022 [Mahmoud Hjaj/Agência Anadolu]

Nesta quinta-feira (7), o Ministério de Relações Exteriores do Sudão fez um apelo à Missão das Nações Unidas para Transição Integrada no Sudão (Unitams) para exercer “neutralidade” junto às partes contrapostas pelo impasse político no país norte-africano.

As demandas foram proferidas por Dafa-Allah al-Haj Ali, subsecretário da chancelaria, durante encontro com o chefe da missão internacional, Volker Peretz.

“A Organização das Nações Unidas [ONU] deve comprometer-se com sua neutralidade e se engajar ativamente em promover o processo transicional para que alcancemos os objetivos desejados”, alegou Ali, ao insistir que a missão deve questionar sua “precisão e cautela nas declarações oficiais”.

Ao referir-se ao chamado mecanismo tripartite, Ali destacou que os recentes comentários da ONU não abarcam um “roteiro para retomada das negociações iniciais”.

O mecanismo é uma iniciativa lançada em colaboração pela ONU, União Africana e Autoridade Intergovernamental para Desenvolvimento (IGAD), com objetivo de facilitar conversas entre as partes colidentes no Sudão.

Na quarta-feira (6), o mecanismo tripartite confirmou a rejeição de uma fórmula de diálogo entre civis e militares, após o exército protelar os esforços.

No mesmo dia, as Forças por Liberdade e Mudança — principal coalizão da sociedade civil — afirmaram que as três entidades requereram “a suspensão do diálogo para solucionar a crise política após a retirada do exército”

Abdel Fattah el-Burhan, comandante máximo das Forças Armadas e governante de facto do Sudão, anunciou deixar as conversas na segunda-feira (4). As negociações têm como intuito restabelecer um governo independente e transicional de caráter civil.

Desde outubro, o Sudão vive protestos populares contra o golpe militar encabeçado por el-Burhan. O general alega que as medidas têm como objetivo “corrigir o curso do período de transição” até que sejam realizadas eleições via consenso nacional.

LEIA: Sudão não terá governo eleito via protestos, ameaça comandante do exército

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