Oficiais do governo iemenita houthi acusaram “elementos da Al Qaeda” de demolir uma mesquita histórica na província de Hudaydah, neste sábado (9).
A Autoridade Geral de Recursos Religiosos (Awqaf), radicada na capital Sanaa, condenou a destruição de partes da Mesquita de al-Noor, na área de al-Qataba, ao norte do distrito de Khokha. A Mesquita de al-Noor tem 700 anos de história.
A agência governamental culpou o grupo terrorista Al Qaeda pelo ataque, ao vinculá-lo a Abu Zara’a al-Maharami, membro do Conselho Presidencial estabelecido pela intervenção saudita em favor do governo aliado.
A demolição sucede uma investida similar contra a Mesquita de al-Qataba, na mesma região, em meados de maio, atribuída a forças da coalizão saudi-emiradense.
A compartilhar uma imagem da fachada danificada no Twitter, afirmou um porta-voz do grupo houthi: “Takfiris [muçulmanos sectários] – ferramenta da agressão – destruíram uma mesquita histórica de 700 anos na província de Hudaydah, por puro ódio pelo patrimônio iemenita”.
التكفيريون ادوات العدوان يدمرون مسجدا تاريخيا عمره ٧٠٠ سنه في مديرية الخوخة بمحافظة الحديدة ، حقدا على التراث اليمني فهذا المسجد اقدم من السعودية والامارات وهو ثاني مسجد يدمره التكفيريون خلال اقل من شهرين
ينسبون انفسهم للاسلام بينما هم يدمرون المساجد
اعتقد الفكرة واضحة .. pic.twitter.com/kB8aMmDSvu— زيد الغرسي (@ZAID_garsyy) July 9, 2022
A gestão houthi somou o episódio a violações cometidas pela coalizão saudita e grupos mercenários, acusados de destruir centenas de sítios arqueológicos e marcos históricos.
Após as demolições recentes, a autoridade de Awqaf fez um apelo a entes internacionais e à Organização das Nações Unidas (ONU) para que protejam e preservem lugares históricos do país assolado pela guerra.
A Brigada dos Gigantes – grupo paramilitar filiado aos Emirados Árabes Unidos, sediado na costa oeste do Iêmen – negou qualquer envolvimento na demolição da mesquita; contudo, admitiu que integrantes agiram em “capacidade pessoal” durante o episódio.
A milícia prometeu punir os membros implicados na destruição de al-Noor e instou autoridades de segurança em Hudaydah e na costa oeste a investigar o caso.