Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

EUA consideram retomar venda de armas a Arábia Saudita, alertam fontes

Protesto contra a venda de armas a Arábia Saudita em frente ao Capitólio, em Washington DC, 7 de setembro de 2019 [Jim Watson/AFP via Getty Images]

O governo dos Estados Unidos do presidente Joe Biden está debatendo retomar a venda de armas de ataque à Arábia Saudita, embora uma decisão derradeira deva estar vinculada aos esforços da monarquia islâmica para encerrar a guerra no Iêmen, relataram quatro fontes à agência de notícias Reuters.

Oficiais sauditas pressionaram seus homólogos americanos para revogar a política de exportar somente itens de defesa a seu principal parceiro do Golfo, durante uma série de encontros em ambas as capitais, nos últimos meses.

O presidente Joe Biden deve visitar a monarquia nesta semana.

As deliberações domésticas dos Estados Unidos são ainda preliminares e informais e não há qualquer decisão iminente, segundo duas das fontes.

Um oficial americano, no entanto, afirmou à Reuters que não há discussões sobre a venda de equipamentos ofensivos “no presente momento”.

LEIA: Irã diz que pacto de defesa conjunto EUA-Israel alimentará tensões regionais

Não obstante, enquanto Biden se prepara para uma viagem sensível em termos diplomáticos, seu governo sinaliza esforços para restaurar relações com a Arábia Saudita, em um momento no qual pede maior fornecimento de petróleo e maior colaboração com Israel para contrapor Teerã.

Em casa, qualquer medida para rescindir restrições armamentistas à monarquia certamente terá oposição de alguns republicanos e correligionários democratas no Congresso.

Logo após tomar posse, em janeiro do último ano, Biden adotou uma postura mais dura sobre a intervenção militar saudita contra os rebeldes houthis no Iêmen – por sua vez, ligados a Teerã –, responsável por enormes baixas civis e uma severa crise humanitária na região.

O presidente democrata também denunciou reiteradamente o histórico de direitos humanos do estado árabe, sobretudo o assassinato do opositor político Jamal Khashoggi, articulista do jornal americano The Washington Post.

Khashoggi foi morto dentro do consulado saudita em Istambul, em outubro de 2018. Conforme relatório da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), Mohammed bin Salman – príncipe herdeiro e governante saudita – ordenou o assassinato.

Como candidato, Biden descreveu a Arábia Saudita como “estado pária”. Em fevereiro de 2021, o então presidente suspendeu o apoio americano a operações ofensivas no território iemenita, incluindo a exportação de armamentos.

As restrições representaram uma dura derrota à Arábia Saudita, maior consumidor de armas dos Estados Unidos há décadas.

No entanto, a retórica de Biden se atenuou após a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro deste ano, que levou Washington e parceiros ocidentais a recorrer à monarquia – maior exportador de petróleo do mundo – para ampliar suas vendas e compensar as perdas oriundas de Moscou.

LEIA: Abbas recebe ministro israelense, concorda em manter ‘coordenação de segurança’

Riad também conquistou elogios da Casa Branca no início de junho, após estender por dois meses a trégua mediada pelas Nações Unidas no Iêmen – assolado pela guerra e pela crise humanitária. Washington quer agora um cessar-fogo permanente.

Em maio, Khalid bin Salman – irmão do príncipe herdeiro e vice-ministro da defesa saudita – visitou Washington e reforçou seu apelo por equipamentos militares dos Estados Unidos. Os rumores não foram confirmados pelo governo saudita.

Categorias
Arábia SauditaÁsia & AméricasEstados UnidosIêmenNotíciaOriente Médio
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments