A emissora alemã Deutsche Welle foi julgada culpada por demitir de maneira ilegal e inválida a jornalista palestina Maram Salim, conforme veredito deliberado em 6 de julho por um tribunal trabalhista da cidade de Bonn, no oeste do país.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Os juízes também reafirmaram que as postagens no Facebook de Salim – que culminaram em sua exoneração – não foram “antissemitas”.
Após a decisão, a repórter destacou nas redes sociais ser uma defensora dos direitos das mulheres, dos direitos humanos e dos direitos dos animais e insistiu que as alegações do Deutsche Welle incorreram em trauma pessoal.
Salim pediu à emissora alemã que se desculpe publicamente e retire as acusações.
O Deutsche Welle deve pagar indenização de €36 mil à jornalista – equivalente a US$36 mil segundo a cotação atual. A empresa tem prazo de um mês para recorrer da decisão.
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No início de fevereiro, o Deutsche Welle anunciou a exoneração de cinco jornalistas de sua cobertura árabe após uma investigação de dois meses sobre alegações de antissemitismo.
A empresa é frequentemente criticada pela parcialidade em sua tratativa sobre a ocupação israelense da Palestina histórica.
A diretoria da empresa alegou, contudo, que a Alemanha possui uma responsabilidade especial em torno de Israel, devido aos crimes executados pelo regime nazista contra os judeus e outras minorias durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 2021, o conselho editorial do Deutsche Welle emitiu uma nova diretriz a sua equipe, restringindo ainda mais a cobertura sobre Israel e ameaçando robustecer seu código de conduta sobre antissemitismo, política regional e responsabilidade da Alemanha.