O governo dos Estados Unidos convidou a família de Shireen Abu Akleh – jornalista palestina da Al Jazeera, morta por forças israelenses – a visitar Washington, destacou nesta quinta-feira (14) Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca.
Sullivan confirmou a repórteres que o Secretário de Estado Antony Blinken convidou a família aos Estados Unidos “para que possam sentar-se e conversar diretamente”.
Abu Akleh – também cidadã americana – foi morta em maio enquanto cobria uma invasão do exército israelense na cidade de Jenin, na parte oeste da Cisjordânia ocupada.
Investigações de Washington concluíram que a repórter “provavelmente” foi morta por um disparo israelense, mas insistiram “não haver evidências” de dolo.
Em carta encaminhada na última semana ao Presidente dos Estados Unidos Joe Biden, a família de Abu Akleh manifestou sua “indignação” sobre as conclusões divulgadas pela Casa Branca até então. Em seguida, reivindicou um encontro com Biden.
A Casa Branca não deferiu o encontro durante a viagem do presidente ao Oriente Médio, que teve início nesta quarta-feira (13), quando o Força Aérea Um pousou em Tel Aviv.
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A sobrinha de Shireen – Lina – afirmou à Agence France-Presse (AFP) ter conversado com Blinken na quarta-feira. “Recebemos uma ligação há algumas horas, no período da tarde; reiteramos nossos pedidos e demandas para conversar com o presidente em Jerusalém”.
Shireen Abu Akleh – veterana de décadas da rede internacional Al Jazeera – vestia colete e capacete com identificação de imprensa quando foi baleada na cabeça. Seus colegas foram também alvejados ao tentar resgatá-la.
Conforme a Procuradoria Geral da Autoridade Palestina, o projétil responsável por sua morte foi uma munição de calibre 5.56 mm, disparada por um fuzil semiautomático Ruger Mini-14 – arma frequentemente utilizada por forças israelenses nos territórios palestinos ocupados.