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Advogados denunciam esquema de Londres para deportar refugiados a Ruanda

Advogados participam de campanha contra esquema do governo britânico para deportar refugiados a Ruanda [@Care4Calais/Twitter]

Vinte e um Conselheiros da Rainha – advogados proeminentes reconhecidos pela monarquia britânica – adicionaram seus nomes a uma lista de figuras públicas que se opõem a um plano do governo conservador em Londres para deportar refugiados que chegam ao Reino Unido a fim de processar seus documentos no estado de Ruanda.

Nesta terça-feira (19), a campanha #StopRwanda viralizou no Twitter, ao reforçar apelos para que requerentes de asilo não sejam encaminhados à força ao país leste-africano. A campanha foi promovida pela entidade beneficente Care4Calais.

Sob a hashtag, ativistas exibiram cartazes para manifestar oposição à nova política.

A campanha sucede uma audiência na Suprema Corte – segundo pedido de transparência da Care4Calais, da ong Detention Action e do Sindicato de Comércio e Serviços Públicos (PCS) – durante a qual foram revelados documentos de oficiais britânicos que advertiram o governo contra o esquema.

Ruanda é acusada de recrutar refugiados para conduzir operações armadas nos países vizinhos e recebeu alerta âmbar e vermelho de organizações de direitos humanos sobre perseguição de dissidentes e execuções extrajudiciais.

Paul O’Connor – membro do PCS – insistiu que a Secretaria de Estado do Reino Unido não apenas está ciente das violações conduzidas pelo regime africano como preparou-se para amortizar críticas e promover sua política.

Em meados de junho, figuras de destaque – como a atriz Emma Thompson e a atleta olímpica Anita Asante – se somaram aos apelos para que líderes da Comunidade Britânica das Nações assumam uma postura contra a proposta “mau planejada” e “ultrajante” referente a Ruanda.

LEIA: HRW insta Londres a revogar plano para expulsar refugiados a Ruanda

Profissionais do cinema e teatro – como Sophie Okonedo, Martins Imhangbe, Lucian Msamati e Olivia Coleman – estão entre os vinte signatários de uma carta aberta submetida a uma reunião de cúpula da Comunidade das Nações, realizada na capital ruandesa Quigali, nesta semana.

Conforme a denúncia, o plano de imigração “diz muito sobre o histórico colonial do governo britânico e sua visão ultrajante sobre o continente africano, como lugar para despejar coisas que considera um problema – neste caso, pessoas”.

Às vésperas do encontro da Comunidade das Nações, segundo relatos da imprensa, o príncipe Charles descreveu a política como “aterradora”.

No início da semana, um grupo de congressistas britânicos acusou o governo em crise de buscar “novas políticas extremistas” para obter manchetes, sem proporcionar qualquer medida efetiva para conter o fluxo de refugiados no Canal da Mancha.

Parlamentares – como Zarah Sultana e Claudia Webbe – também rechaçaram o esquema. Os arcebispos de York e Canterbury e York e toda a liderança da Igreja Anglicana descreveram o plano como “política imoral e vergonha aos ingleses”.

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