Israel pede a EUA para impedir intervenção turca na Síria, segundo oficiais

Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan e Presidente dos EUA Joe Biden durante encontro a portas fechadas em meio à cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em Bruxelas, Bélgica, 14 de junho de 2021 [Murat Cetinmuhurdar/Agência Anadolu]

Israel recorreu ao governo dos Estados Unidos do Presidente Joe Biden para dissuadir a Turquia de sua nova operação militar no norte da Síria, revelaram duas fontes israelenses, em condição de anonimato, segundo informações do site de notícias Axios.

As fontes reportaram que Eyal Hulata – conselheiro de segurança nacional para o governo de Israel – apelou a seu homólogo na Casa Branca, Jake Sullivan, para alertá-lo contra uma nova ofensiva turca direcionada a grupos curdos na região de fronteira.

Segundo Hulata, a operação de Ancara será favorável aos interesses regionais de Teerã.

Em maio, o Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan confirmou suas intenções de executar sua quarta operação de larga escala contra as Forças Democráticas da Síria (FDS) e as Unidades de Proteção Popular (YPG).

O YPG é considerado braço armado do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), grupo designado “terrorista” por Ancara. Ambas as organizações enfrentam o regime de Bashar al-Assad no norte da Síria. A Turquia insiste que a presença das tropas rebeldes nas províncias fronteiriças representa uma ameaça a sua segurança nacional.

Após reunião de Biden com Erdogan, em meio à cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), em junho, a operação foi suspensa. Erdogan, no entanto, afirmou recentemente que os planos continuam sobre a mesa.

O esforço de Tel Aviv para dissuadir a ofensiva sob pretexto de interceptar a influência iraniana pode parecer confuso, dado que Teerã permanece ao lado de Bashar al-Assad contra as tropas rebeldes, incluindo os combatentes curdos. Além disso, a república islâmica não se pronunciou sobre as intenções de Ancara.

Nos bastidores, a ocupação israelense tende a conceder apoio à independência curda, em detrimento de adversários regionais. Segundo relatos, algumas autoridades responderam positivamente à abordagem e desenvolveram laços com Tel Aviv.

LEIA: Baixa colheita de trigo agrava apreensão alimentar na Síria

Sair da versão mobile