Tensões entre a ocupação israelense e o movimento libanês Hezbollah sobre o campo de gás natural de Karish chegaram a níveis sem precedentes, reportou ontem (27) a rede de notícias Safa. O campo mediterrâneo é situado em águas disputadas por ambos os países.
Fontes militares de Israel descreveram a situação como “de maior risco desde o fim da segunda guerra libanesa, em 2006”. Conforme as fontes, a exploração de recursos naturais na área pode servir de estopim a confrontos armados.
Israel e Líbano conduziram conversas indiretas mediadas por Washington sobre suas fronteiras marítimas e os direitos de exploração do campo de gás natural em alto-mar. Os países vizinhos, no entanto, não possuem laços diplomáticos.
Em junho, o Hezbollah enviou quatro drones à região de Karish, então abatidos pelas forças de Israel. Não obstante, o movimento xiita insistiu que seus drones cumpriram seu objetivo.
LEIA: Israel alega abater drone do Líbano, provavelmente do Hezbollah
Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, descreveu os drones como “apenas o começo” e prometeu “ir à guerra” caso haja extração de recursos antes de um acordo.
Segundo a imprensa israelense, o governo em Tel Aviv pressiona a Casa Branca para tentar chegar a um acordo com o Líbano nas próximas semanas, pois a extração de insumos está prevista para ter início em setembro.
O jornal Times of Israel declarou que o premiê Yair Lapid e seu Ministro da Defesa Benny Gantz voaram recentemente à plataforma de Karish, com intuito de reafirmar a “soberania” de Israel sobre a região. Políticos sionistas também ameaçaram deflagrar um conflito armado.
Nesta quinta-feira (28), o jornal Israel Hayom corroborou relatos do periódico libanês Al Akhbar de que Beirute aguarda uma nova proposta sobre a disputa. A oferta deve ser introduzida neste fim de semana, quando o mediador americano Amos Hochstein retorna ao Oriente Médio.
LEIA: Israel mantém exploração de gás em águas disputadas com o Líbano