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Sadristas se preparam para longo protesto no Parlamento do Iraque

Apoiadores do clérigo xiita Moqtada al-Sadr invadem o Parlamento do Iraque na Zona Verde de Bagdá, em protesto contra o novo premiê, em 30 de julho de 2022 [Murtadha Al-Sudan/Agência Anadolu]

Neste domingo (31), seguidores de Moqtada al-Sadr – clérigo xiita e líder populista iraquiano – instalaram tendas como preparativo a uma ocupação de protesto no Parlamento do Iraque, na chamada Zona Verde da capital Bagdá, sem data prevista para acabar.

Há receios de que a iniciativa delongue o impasse político ou incorra em uma nova onda de violência.

Neste sábado (30), milhares de correligionários de al-Sadr invadiram a chamada Zona Verde de Bagdá – área fortificada que abriga edifícios públicos e missões internacionais. Então, tomaram o parlamento pela segunda vez nesta semana, ao passo que adversários xiitas – ligados a Teerã – tentam formar um governo.

“Ficaremos aqui até que nossas demandas sejam cumpridas”, declarou uma fonte sadrista à agência de notícias Reuters, em condição de anonimato.

Os correligionários de al-Sadr reivindicam dissolução do parlamento, convocação de novas eleições e substituição de juízes federais.

LEIA: Iraquianos rejeitam novo premiê, invadem o parlamento

A coalizão sadrista elegeu o maior número de parlamentares entre os partidos iraquianos nas eleições de outubro, ao conquistar um quarto dos 329 assentos. Partidos ligados ao Irã foram derrotados nas urnas, salvo a aliança do ex-premiê Nouri al-Maliki, opositor de al-Sadr.

Sadr não conseguiu compor um governo próprio e sofreu derrotas no legislativo e judiciário ao nomear um presidente e primeiro-ministro alinhado com seu projeto. Neste entremeio, o líder populista retirou seus congressistas da câmara e convocou protestos.

O impasse marca a maior crise no Iraque em anos.

Em 2017, tropas nacionais – junto de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, com apoio paramilitar do Irã – derrotou o grupo terrorista Estado Islâmico (Daesh), que havia capturado um terço do país.

Dois anos depois, todavia, os iraquianos ainda sofrem com desemprego e corrupção. Grupos populares pedem a extinção dos partidos tradicionais, sobretudo xiitas, que administraram o país desde a deposição do longevo ditador Saddam Hussein, em 2003.

LEIA: Chefe da ONU clama por desescalada nos protestos do Iraque

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