A Guerra do Golfo

Guerra do Golfo

Após a Guerra Irã-Iraque, entre 1980 e 1988, a economia iraquiana estava em crise, mas o país continuava tendo a maior força militar da região. Durante o conflito, o governo de Saddam Hussein havia feito dívidas bilionárias com o Kuwait e a Arábia Saudita. Ele tentou fazer com que estes países perdoassem parte da dívida, mas eles recusaram.

O Iraque pretendia recuperar sua economia através da venda do petróleo, mas o baixo preço do barril diminuiu seus lucros. O Kuwait e os Emirados Árabes estavam vendendo quantidades maiores do que o permitido pela OPEP, organização dos países exportadores de petróleo, reduzindo o preço do barril e causando um prejuízo bilionário ao Iraque. Saddam também acusou publicamente o Kuwait de roubar petróleo iraquiano na fronteira, alegações que foram negadas.

Como justificativa para invadir o território vizinho, Saddam também alegava que o país era um produto do imperialismo britânico, já que em 1922, a Grã-Bretanha dividiu o território que antes era a Mesopotâmia, definindo as fronteiras do Iraque e Kuwait.

Em 2 de agosto de 1990, o Iraque invadiu o pequeno país rico em petróleo e com ampla saída para o mar, após ter mobilizado 120 mil soldados. Em contraste, o exército kuwaitiano tinha apenas 16 mil soldados.

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Entretanto, a comunidade internacional não permitiria que o Iraque tivesse o controle de 20% das reservas de petróleo do mundo. A Organização das Nações Unidas ordenou que as tropas saíssem do Kuwait, mas a ordem não foi obedecida nem mesmo após as sanções econômicas e diplomáticas.

O presidente norte-americano, George H.W. Bush, autorizou que tropas fossem enviadas para a Arábia Saudita enquanto a ONU dava um ultimato para que o Iraque retirasse suas tropas do território vizinho até o dia 15 de janeiro de 1991.

Uma coalizão envolvendo mais de 750 mil soldados de mais de 30 países, liderados pelos Estados Unidos e Reino Unido, foi montada. O prazo foi ignorado e no dia 17 de janeiro um ataque aéreo em Bagdá iniciava a Guerra do Golfo.  A operação militar foi batizada de Tempestade no Deserto.

Os bombardeios aéreos e navais contra o Iraque enfraqueceram as forças iraquianas, destruindo mísseis, equipamentos e infraestrutura.  Em 24 de fevereiro as tropas da coalizão iniciaram os ataques por terra.

Um dos episódios mais chocantes da guerra aconteceu na noite de 26 e 27, quando dezenas de milhares de soldados iraquianos se retiravam do Kuwait pela Rodovia 80, que liga os dois países. Eles foram emboscados pelas forças americanas, que atacaram por terra e ar, causando um enorme congestionamento. Durante dez horas, aviões atacaram com armas e explosivos, alvejando qualquer um que tentasse fugir.  Após o massacre, o local ficou conhecido como Rodovia da Morte.

No dia 28, após cem horas de ataques terrestres, George Bush anunciou o cessar-fogo e as tropas iraquianas se retiraram do Kuwait. Entretanto, antes destruíram o país, incendiando mais de 700 poços de petróleo, queimando 2% das reservas kuwaitianas e derramando petróleo no mar. O fogo demorou oito meses para ser apagado.

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