O Irã começou a bombear gás a centenas de centrífugas de última geração em resposta a novas sanções estabelecidas por Washington, alegou hoje (3) o Ministro de Relações Exteriores do Irã Hossein Amir-Abdollahian.
De acordo com a agência estatal Fars, o chanceler descreveu as sanções como “espetáculo de ineficácia” e reafirmou que não tais atos não culminarão em coação alguma sobre concessões iranianas nas negociações nucleares.
“Mesmo que os Estados Unidos queiram manter a política de cerco e intimidação, jamais seremos constrangidos por ela”, insistiu o ministro.
Na segunda-feira (2), o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou a prescrição de sanções contra seis entidades iranianas, sob promessas da Casa Branca para manter o embargo enquanto Teerã não regressar ao Plano de Ação Conjunto Global – acordo nuclear firmado com potências globais em 2015, revogado três anos depois por Donald Trump.
Em campanha, o atual presidente Joe Biden prometeu reaver o acordo, que busca impedir uso militar do programa atômico iraniano em troca da suspensão de sanções.
A agência Nur – próxima ao Supremo Conselho de Segurança Nacional do Irã – afirmou hoje que centrífugas IR-1 e IR-6 de primeira geração receberam combustível após as autoridades notificarem a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
As centrífugas já foram instaladas no complexo nuclear de Natanz, na província de Isfahan. Segundo análise da defesa civil, os equipamentos estão “bem protegidos”.
Behrouz Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), corroborou o envio de combustível a centenas de centrífugas, sob ordens do parlamento. Kamalvandi alegou à televisão local que “hexafluoreto de urânio foi bombeado a 500 centrífugas IR6 para alcançar capacidade de 190 mil unidades (Su), em âmbito de energia nuclear”.
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