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Extrema-direita de Israel junta forças para próxima eleição

Itamar Ben-Gvir, parlamentar de extrema-direita e líder do partido Otzma Yehudit, em Jerusalém ocupada, 20 de abril de 2022 [Menahem Kahana/AFP via Getty Images]

Os principais partidos de extrema-direita de Israel – Otzma Yehudit e Sionismo Religioso – chegaram a um acordo para compor uma coligação nas eleições de novembro.

Segundo o arranjo, Itamar Ben-Gvir – chefe do Otzma Yehudit, conhecido por seu discurso de ódio e por fomentar ataques extremistas em Jerusalém ocupada – dividirá o topo da lista com Bezalel Smotrich – cofundador da associação de assentamentos ilegais Regavim.

Conforme pesquisas do jornal Haaretz, os partidos de extrema-direita devem vencer ao menos dez assentos por meio da parceria, que deverá abarcar “judeus moderados [sic], para além dos ultraortodoxos”.

A medida é considera uma tentativa do movimento colonial – cuja base e liderança é dominada por judeus asquenazes – para conquistar um público abrangente ao longo da campanha.

Asquenazes são imigrantes da Europa que abrangem a maioria da população do território considerado Israel – isto é, capturado durante a Nakba (“catástrofe”), em 1948, mediante limpeza étnica. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro mais longevo de Israel, tem raízes asquenazes.

Pesquisas mostram que o bloco de Netanyahu tem chance de vencer 61 dos 120 assentos do Knesset (parlamento) no próximo pleito, o que lhe consagraria o retorno ao poder.

Embora a ultradireita e extremistas religiosos sejam uma força supostamente minoritária no Knesset, seus rivais seculares e nacionalistas – que dominam a política nacional – coadunam das mesmas opiniões e políticas discriminatórias sobre o povo palestino.

Netanyahu – líder do partido Likud e notório por posições de extrema-direita – foi o mais longevo premiê de Israel, inclusive com apoio centrista. O veterano sionista se opões aos direitos de autodeterminação de não-judeus na Palestina histórica e defende a expansão territorial de assentamentos ilegais às custas das terras ocupadas.

Críticos observam que o “centro” de Israel representa, na verdade, um grupo etno-nacionalista linha dura conforme os parâmetros da política internacional.

LEIA: Por que a resistência importa: palestinos estão desafiando o unilateralismo e o domínio de Israel

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