Os principais partidos de extrema-direita de Israel – Otzma Yehudit e Sionismo Religioso – chegaram a um acordo para compor uma coligação nas eleições de novembro.
Segundo o arranjo, Itamar Ben-Gvir – chefe do Otzma Yehudit, conhecido por seu discurso de ódio e por fomentar ataques extremistas em Jerusalém ocupada – dividirá o topo da lista com Bezalel Smotrich – cofundador da associação de assentamentos ilegais Regavim.
Conforme pesquisas do jornal Haaretz, os partidos de extrema-direita devem vencer ao menos dez assentos por meio da parceria, que deverá abarcar “judeus moderados [sic], para além dos ultraortodoxos”.
A medida é considera uma tentativa do movimento colonial – cuja base e liderança é dominada por judeus asquenazes – para conquistar um público abrangente ao longo da campanha.
Asquenazes são imigrantes da Europa que abrangem a maioria da população do território considerado Israel – isto é, capturado durante a Nakba (“catástrofe”), em 1948, mediante limpeza étnica. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro mais longevo de Israel, tem raízes asquenazes.
Pesquisas mostram que o bloco de Netanyahu tem chance de vencer 61 dos 120 assentos do Knesset (parlamento) no próximo pleito, o que lhe consagraria o retorno ao poder.
Embora a ultradireita e extremistas religiosos sejam uma força supostamente minoritária no Knesset, seus rivais seculares e nacionalistas – que dominam a política nacional – coadunam das mesmas opiniões e políticas discriminatórias sobre o povo palestino.
Netanyahu – líder do partido Likud e notório por posições de extrema-direita – foi o mais longevo premiê de Israel, inclusive com apoio centrista. O veterano sionista se opões aos direitos de autodeterminação de não-judeus na Palestina histórica e defende a expansão territorial de assentamentos ilegais às custas das terras ocupadas.
Críticos observam que o “centro” de Israel representa, na verdade, um grupo etno-nacionalista linha dura conforme os parâmetros da política internacional.
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