Israel negou que o cessar-fogo firmado com o movimento palestino de Jihad Islâmica, mediado pelo Egito, inclua a libertação do prisioneiro palestino Khalil Awaedeh – em greve de fome, sob risco de morte – e de um dos líderes do grupo de resistência, Bassam al-Saadi – cuja captura na última semana culminou na escalada de tensões e nos recentes bombardeios.
O Comando de Fronte Doméstico das Forças de Defesa de Israel (FDI) reiterou que manterá as restrições de movimento nos arredores de Gaza, para dissuadir eventuais foguetes disparados do território costeiro, a despeito do armistício acordado neste domingo (7).
Um correspondente político da imprensa israelense afirmou na manhã desta segunda-feira (8) que Tel Aviv agradeceu o regime no Egito por seus esforços a favor do cessar-fogo, mas negou qualquer compromisso com a soltura de prisioneiros palestinos.
O Ministro da Justiça de Israel Gideon Sa’ar também rechaçou promessas de libertar al-Saadi, ao repassá-las ao Cairo, em detrimento da responsabilidade de Israel.
“Posso dizer que não há qualquer intenção de libertar Bassam al-Saadi tampouco intenção de libertar o prisioneiro Khalil Awawdeh, em greve de fome, antes do término de seu período de detenção administrativa”, afirmou Sa’ar.
A “detenção administrativa” é um mecanismo arbitrário sob o qual prisioneiros políticos são encarcerados sem julgamento ou sequer acusação, por períodos indeterminados. O suposto processo corre em segredo de justiça militar, sob pretexto de segurança.
A ocupação israelense alegou ter conquistado todos os seus objetivos atribuídos ao ataque, ao enfraquecer posições da Jihad Islâmica, atingindo 146 alvos, incluindo membros da resistência, quartéis-generais e instalações em Gaza.
No entanto, ao menos 1.500 unidades residenciais foram danificadas pelos ataques. Entidades internacionais denunciaram Israel por alvejar estruturas civis.
O establishment político e militar de Israel insiste ter cumprido uma missão dupla: renegar uma “equação de ameaça” a israelenses radicados ao redor de Gaza, como resposta a campanhas de prisão na Cisjordânia ocupada, e eliminar líderes da Jihad Islâmica no território costeiro.
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