A polícia do estado norte-americano do Novo México anunciou ontem que prendeu e acusou um homem em conexão com uma série de assassinatos contra quatro homens muçulmanos, o que chocou a comunidade islâmica local.
Muhammad Syed, de 51 anos, foi apontado pela polícia como o principal suspeito e é considerado um imigrante do Afeganistão que chegou ao país “nos últimos anos”, segundo a polícia. Anteriormente, ele acusado duas vezes de violência doméstica, mas as acusações foram depois retiradas.
Uma busca na casa do suspeito revelou “evidências que mostram que o agressor conhecia as vítimas, e um conflito interpessoal pode ter levado aos tiros”, disse a polícia em comunicado anunciando a prisão.
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As autoridades ainda acreditam que os assassinatos podem ter sido motivados por questões sectárias, já que pelo menos três dos quatro mortos eram muçulmanos xiitas e o ataque aconteceu antes das comemorações da Ashura, segundo um comunicado de imprensa da Muslim Advocates, condenando os assassinatos. Todas as quatro vítimas eram de ascendência paquistanesa ou afegã.
“Estamos com o coração partido e profundamente alarmados com os assassinatos de quatro homens muçulmanos na região de Albuquerque. Nossos corações estão com as famílias das vítimas e também com as comunidades muçulmanas em Albuquerque.Ninguém deveria ter que passar por uma perda assustadora como essa ou viver sob o tipo de medo que esses assassinatos causaram”, disse o comunicado.
“Estamos contentes que as autoridades locais, estaduais e federais estejam investigando este assunto e os exortamos a investigar minuciosamente se esses assassinatos foram motivados por ódio antimuçulmano ou antixiita. Também agradecemos as palavras fortes de figuras públicas como a governadora Michelle Lujan Grisham e o presidente Joe Biden condenando o ódio.”
De acordo com o New York Times, a polícia disse que o suspeito pode ter matado pelo menos duas das vítimas por estar raivoso com o fato de sua filha ter se casado com um homem de outra seita. No entanto, um irmão de uma das vítimas disse ao Daily Mail que sua família era sunita, não xiita, e que ele não acreditava na hipótese.
Syed foi formalmente acusado de dois dos assassinatos: os de Aftab Hussein, 41, e Muhammed Afzaal Hussain, 27, mortos em 26 de julho e 1º de agosto, respectivamente.
Na sexta-feira, Naeem Hussain, de 25 anos, tornou-se a última vítima dos supostos assassinatos em série e foi morto poucas horas depois de comparecer ao enterro das duas vítimas mencionadas.
Reagindo à notícia da prisão de Syed, o Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CIAR) declarou: “Congratulamo-nos com a prisão de um suspeito nesta horrível onda de tiroteios e elogiamos a aplicação da lei por seus esforços nos níveis local, estadual e federal”.
“Esperamos que a notícia de que essa violência chegou ao fim forneça à comunidade muçulmana do Novo México uma sensação de alívio e segurança”.
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