O Centro Palestino para Estudos dos Prisioneiros revelou nesta quarta-feira (10) que as cortes militares da ocupação israelense emitiram ao menos 1.056 ordens de detenção administrativa desde janeiro de 2022. Destas, a pesquisa relatou 469 novos mandados de prisão – o restante representa ordens renovadas contra palestinos em custódia.
“A detenção administrativa é uma política criminosa cujo intuito é exaurir a vida dos palestinos na prisão sem qualquer base legal”, destacou Riyad al-Asqar, diretor do centro e ex-prisioneiro. “Tais práticas são ditadas sob os caprichos dos oficiais da ocupação e suas cortes militares, com base em evidências supostamente secretas”.
Segundo al-Ashqar, por essa razão os prisioneiros palestinos recorrem à greve de fome por longos períodos, com objetivo de pressionar Tel Aviv a julgá-los devidamente ou libertá-los. Khalil Awawdeh, por exemplo, está em greve de fome há cinco meses.
Atualmente, há 660 palestinos sob detenção administrativa nas celas de Israel – dentre os quais, dois parlamentares, uma jornalista e dois menores. Desde janeiro, muitos detentos recorrem ainda a um persistente boicote às cortes militares, a fim de denunciar condições arbitrárias e precárias de prisão.
Palestinos sob detenção administrativa são mantidos em custódia sem julgamento ou sequer acusação; seu período de prisão costuma ser renovado indefinidamente.
Al-Ashqar pediu a governos e fóruns no exterior que reafirmem sua postura contra a política de detenção administrativa, que equivale a flagrante violação das leis e convenções internacionais.
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