Na tarde desta quinta-feira (11), Bassam al-Sheikh Hussein, de 42 anos, entrou com uma pistola em uma agência do Banco Federal do Líbano no distrito de Hamra, no centro da capital Beirute, e tomou seis pessoas de reféns.
A crise se encerrou horas depois, quando as autoridades consentiram em concedê-lo acesso a parte de seus recursos financeiros, congelados devido à persistente crise no estado levantino.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Segundo uma fonte de segurança: “Hussein exigiu acesso a cerca de US$200 mil que possuía em sua conta bancária. Quando um funcionário negou seu pedido, Hussein começou a gritar que seus parentes estavam no hospital; então, sacou sua arma”.
Conforme a irmã de Hussein e o chefe de uma associação local de bancos, os reféns foram liberados após seis horas, quando a agência enfim lhe aprovou o saque de US$30 mil.
Não está claro se o acordo inclui alguma acusação penal contra Hussein.
Alguns clientes conseguiram fugir antes que Hussein fechasse as portas, afirmou a fonte. Ao menos um cidadão foi liberado pelo atirador devido a sua idade avançada. Negociadores do governo foram enviados ao local, confirmou o Ministério do Interior.
Os reféns restantes eram um cliente da agência e cinco funcionários; dentre os quais, o gerente Hassan Halawi, que contactou a Reuters por telefone durante a crise: “Estou em meu escritório. Ele [o sequestrador] fica nervoso; então se acalma e fica nervoso novamente”.
A emissora de televisão libanesa Al-Jadeed afirmou que ao menos dois tiros foram disparados. A Cruz Vermelha do Líbano confirmou à imprensa o envio de uma ambulância ao local; porém, não há informações sobre eventuais feridos.
Durante a crise, uma multidão se juntou em frente ao banco. Muitas pessoas expressaram apoio a Hussein ao entoar gritos de “Abaixo ao poder dos bancos!”
Desde o advento da crise financeira no Líbano, em 2019, os bancos nacionais limitaram saques de “moeda forte” – isto é, reservas estáveis; sobretudo de moeda estrangeira, em um país cuja boa parte dos recursos advém da enorme diáspora. Enquanto isso, a libra libanesa desvalorizou exponencialmente.
O colapso socioeconômico levou três quartos da população para baixo da linha da pobreza.
Os bancos alegam acatar exceções para fins humanitários, como cuidados médicos. Contistas e representantes, no entanto, destacaram à Reuters que tais isenções são raríssimas.
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