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Tunísia demite imã por recitar versos sobre ‘golpe’

 Muçulmanos se reúnem para realizar a oração do Eid al-Fitr na Mesquita Saheb Ettabaa, no distrito de El Halfaouine, em Túnis, Tunísia, em 2 de maio de 2022. [Yassine Gaidi/ Agência Anadolu]
 Muçulmanos se reúnem para realizar a oração do Eid al-Fitr na Mesquita Saheb Ettabaa, no distrito de El Halfaouine, em Túnis, Tunísia, em 2 de maio de 2022. [Yassine Gaidi/ Agência Anadolu]

As autoridades tunisianas demitiram um imã de mesquita depois que ele recitou versos sobre um “golpe” enquanto fazia orações por ocasião da celebração do Ano Novo Islâmico no último sábado.

O imã designado para as cinco orações da Mesquita Al-Salam, na província oriental de Nabeul, Mohammad Zein Eddin, confirmou que liderou a oração do Magreb no último sábado na presença do ministro de assuntos religiosos e recitou os versículos 26 e 144 do Sura Al-Imran durante a oração.

O último verso diz: “Muhammad não é senão um Mensageiro, a quem outros mensageiros precederam. Porventura, se morresse ou fosse morto, voltaríeis à incredulidade? Mas quem voltar a ela em nada prejudicará Allah; e Allah recompensará os agradecidos..” É amplamente aceito se referir aos companheiros do Profeta Muhammed girando em seus calcanhares imediatamente após sua morte, com apenas alguns permanecendo no caminho do Islã.

O imã explicou, em comunicado, que o ministro dos Assuntos Religiosos, Ibrahim Chaibi, brincou com ele após a oração sobre o versículo referente a um golpe. Acrescentando que o ministro o havia aconselhado que “é melhor evitar esses versículos”.

Zein Eddin acrescentou que “mais tarde ele foi surpreendido por um telefonema das autoridades da província para informá-lo de que está de férias obrigatórias por dez dias, aguardando a consideração de seu status”.

Neste contexto, o secretário-geral do Sindicato dos Assuntos Religiosos da União Geral dos Trabalhadores da Tunísia UGTT, Abdel Salam Al-Atwi, disse que serão investigados os motivos da demissão do ministro dos Assuntos Religiosos de um imã na província de Nabeul.

Al-Atwi disse que “se ficar provado que o imã foi demitido, não ficaremos calados e estamos coordenando com a UGTT e tomaremos medidas para responder à demissão”.

O Ministério de Assuntos Religiosos ainda não comentou o incidente.

A Tunísia está testemunhando uma crise política depois que partidos e forças políticas acusaram o presidente Kais Saied de realizar um golpe contra a autoridade, dissovendo o parlamento e adotando um novo caminho político próprio e autoritário.

LEIA: Guarda Costeira da Tunísia resgata 255 refugiados no Mediterrâneo

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