A ong israelense B’Tselem informou no sábado (12) que serviço de vigilância interna de Israel – Shin Bet – invadiu o bairro de Sosya, na região de Hebron (Al-Khalil), e deteve o pesquisador de campo Nasser Nawajah, para então interrogá-lo.
Comentou o escritor israelense Gideon Levy: “Um grande contingente armado invadiu a aldeia onde mora o ativista de direitos humanos Nasser Nawajah e o levou vendado e algemado para detenção por 14 horas, sob pretexto de conduzir uma conversa de 15 minutos com um agente do Shin Bet, que o ‘aconselhou’ a moderar seu comportamento”.
De acordo com a B’Tselem, o pesquisador foi interrogado em um campo militar radicado em um assentamento ilegal na Cisjordânia ocupada. A família de Nawajah – assim como a ong e seus advogados – permaneceu sem informações sobre o ativista após a prisão.
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Nawajah foi interpelado por um oficial que o acusou de “causar problemas” com o exército da ocupação israelense na região. Segundo o grupo de direitos humanos, o ativista já foi detido e interrogado diversas vezes sob o mesmo pretexto.
“Não foi surpresa alguma para mim”, insistiu Nawajah. “Israel persegue todos que registram a opressão exercida nos territórios ocupados. A violência das forças israelenses não é novidade, mas parte do meu trabalho e da minha rotina como palestino”.
Hagai el-Ad – diretor da B’Tselem – reafirmou: “Trata-se de um caso escandaloso; entretanto, habitual. Israel faz seu melhor para prejudicar o fluxo de trabalho das associações de direitos humanos, sobretudo organizações palestinas, que expõem seus crimes e violações”.
“A captura de funcionários da B’Tselem para interrogá-los tem motivação clara: prejudicar seu trabalho e ajudar soldados e colonos a manter a violação de direitos contra a população nativa ao sul das colinas de Hebron”, acrescentou el-Ad.