O Departamento de Estado dos Estados Unidos revelou ter conduzido negociações diretas com o regime sírio de Bashar al-Assad, com intuito de assegurar a libertação do repórter americano Austin Tice, sequestrado no país assolado pela guerra há mais de dez anos.
Ned Price, porta-voz da chancelaria em Washington, corroborou em nota, nesta segunda-feira (15), que seu governo contactou diretamente emissários sírios para reaver Austin. No entanto, não concedeu detalhes, sequer em qual escalão foi realizada a conversa.
“Buscaremos toda oportunidade de engajamento caso achemos que há potencial de trazer Austin de volta para a casa”, declarou Price.
Na quarta-feira (10), o Presidente dos Estados Unidos Joe Biden reiterou à imprensa que a Casa Branca “sabe com certeza que Austin permanece em custódia do regime”.
“No décimo aniversário de sua abdução, peço a Damasco que encerre sua prisão e nos ajude a trazê-lo para casa”, observou Biden. “Não há maior prioridade na minha administração do que resgate e retorno de americanos feitos de refém ou detidos injustamente no exterior”.
Austin Tice desapareceu em 12 de agosto de 2012, enquanto cobria a incipiente guerra civil nos arredores de Damasco. O jornalista ressurgiu apenas uma vez, em 26 de setembro daquele ano, em um vídeo curto no qual pareceu detido por atiradores não-identificados. Até então, nenhum grupo reivindicou responsabilidade por sua captura.
Austin Tice foi correspondente freelancer das redes Washington Post, McClatchy, CBC News, Al Jazeera, AFP, entre outras agências.
LEIA: Sobrevivente da operação Idlib dos EUA relembra ameaça de ‘sair ou morrer’ de soldados americanos