O então Presidente dos Estados Unidos Donald Trump enviou uma carta secreta ao ex-premiê israelense Benjamin Netanyahu para autorizar seu esquema de anexação ilegal dos territórios palestinos ocupados, revelou a imprensa israelense na segunda-feira (15).
O jornal The Jerusalem Post reportou a carta de três páginas, datada de 26 de janeiro de 2020.
“Israel poderia estender soberania a partes da Cisjordânia caso Netanyahu assentisse com um estado palestino no território remanescente”, destacou a reportagem.
Netanyahu recebeu a carta dois dias antes de Trump anunciar seu chamado “acordo do século”, plano veementemente rechaçado pelos palestinos.
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O esquema do presidente americano referia-se a Jerusalém ocupada como “capital indivisível de Israel” e consentiria a Tel Aviv anexar grande parte da Cisjordânia – estimada em 30 a 40% do território, incluindo toda a cidade de Jerusalém Oriental.
O plano envolvia criar um estado palestino fragmentado em bantustões, como uma espécie de arquipélago conectado por pontes e túneis.
Sob pressão internacional, Netanyahu não anunciou formalmente o plano, cujas promessas apontavam para execução em julho de 2020. Contudo, o então premiê e candidato afirmou apenas “adiar” o processo e não cancelá-lo definitivamente.
Conversas de paz continuam paralisadas desde 2014, devido à recusa de Israel de interromper a construção de assentamentos ilegais e libertar prisioneiros palestinos.