Gravidez e matrimônio infantil implicam em graves riscos de saúde a centenas de meninas na Síria, incluindo casos de óbito, comentou o obstetra e ginecologista Marwan Zayyat, radicado em Damasco, em entrevista ao website Snack Syrian.
Zayyat é professor na Universidade de Damasco e advertiu para a crise no país.
Há casos de meninas casadas e grávidas com apenas 11 anos, observou Zayyat. A gravidez infantil incorre em risco de morte a mãe e ao feto. Meninas que sobrevivem são sujeitas a anemia crônica e parto prematuro.
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Zayyat citou o caso de uma menina de 11 anos que teve de passar por uma operação cesariana devido à desproporção entre o crânio do feto e sua pélvis, ainda não desenvolvida. Outro risco comum é hemorragia após o estupro.
Em 2019, Damasco registrou 1.640 casamentos infantis. O índice caiu a 1.297 casos no ano seguinte, mas voltou a subir para 1.557 casos em 2021, dentre total de 20 mil matrimônios registrados no último ano.