Síria nega sequestro e prisão do jornalista americano Austin Tice

O regime sírio de Bashar al-Assad negou todo e qualquer envolvimento no desaparecimento do jornalista Austin Tice e outros cidadãos americanos, dias após a Casa Branca alegar “certeza” de que Damasco os deteve.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (17), a chancelaria síria “negou ter sequestrado ou mantido qualquer cidadão americano em seus territórios”. A nota rechaçou ainda as “alegações falaciosas e ilógicas do Presidente [Joe Biden] e seu Secretário de Estado [Antony Blinken]”.

A chancelaria, não obstante, aludiu a Tice como “ex-fuzileiro naval”. Tice era correspondente de diversas agências, incluindo o jornal The Washington Post. Seu desaparecimento ocorreu em 14 de agosto de 2012, após ser interpelado em um posto de controle a oeste de Damasco.

Austin Tice desapareceu em 12 de agosto de 2012, enquanto cobria a incipiente guerra civil nos arredores de Damasco. O jornalista ressurgiu apenas uma vez, em 26 de setembro daquele ano, em um vídeo curto no qual pareceu detido por atiradores não-identificados. Até então, nenhum grupo reivindicou responsabilidade por sua captura.

Washington busca ainda reaver outro cidadão americano: Majd Kamalmaz, psicólogo radicado no estado da Virgínia, que desapareceu em 2017.

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Na última semana, Biden reiterou que a Casa Branca “sabe com certeza que Austin permanece em custódia do regime”.

“No décimo aniversário de sua abdução, peço a Damasco que encerre sua prisão e nos ajude a trazê-lo para casa”, observou Biden. “Não há maior prioridade na minha administração do que resgate e retorno de americanos feitos de refém ou detidos injustamente no exterior”.

A negativa de Assad sucede em um dia declarações de Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado, conforme as quais a Casa Branca “engajou-se extensiva e mesmo diretamente com oficiais sírios, por meio de terceiros”.

“A Síria jamais reconheceu detê-lo”, declarou Price. “Mas não seremos dissuadidos de nossos esforços. Buscaremos toda oportunidade de engajamento caso achemos que há potencial de trazer Austin de volta para a casa”.

Esforços para reaver Tice tiveram início em 2020, quando emissários do ex-presidente Donald Trump viajaram secretamente a Damasco. Assad demandou a retirada das forças estrangeiras da Síria, suspensão de sanções e normalização de laços; Washington recusou.

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