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Fabricante de spyware israelense busca comprador após renúncia de CEO

Logotipo do Grupo NSO – empresa israelense responsável por desenvolver o spyware Pegasus –, em 9 de fevereiro de 2022 [Jack Guez/AFP via Getty Images]

Shalev Hulio, diretor executivo (CEO) e um dos fundadores do Grupo NSO, renunciou do cargo e confirmou a busca por um novo comprador para a empresa israelense.

A marca tornou-se protagonista de um escândalo global envolvendo um de seus principais produtos – o spyware Pegasus –, no último ano.

Além disso, o Grupo NSO informou cem de seus funcionários de sua demissão. O diretor operacional da empresa, Yaron Shohat, assumirá o cargo de Hulio até a indicação de um sucessor, reportou o jornal Yedioth Ahronoth.

A empresa foi recentemente listada como ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos pelo Departamento de Comércio da Casa Branca.

A crise deflagrou-se após uma reportagem investigativa revelar que regimes autoritários utilizaram o aplicativo Pegasus para espionar ativistas, jornalistas, políticos e diplomatas estrangeiros, ao hackear seus smartphones e controlá-los remotamente.

A companhia foi ainda associada ao assassinato do jornalista Jamal Khashoggi – articulista do The Washington Post –, dentro do consulado da Arábia Saudita, em Istambul, na Turquia, em outubro de 2018. Serviços de inteligência dos Estados Unidos indicaram que a morte ocorreu sob ordens do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman.

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No mesmo contexto, a corporação Meta – matriz do Facebook, Instagram e Whatsapp – registrou um processo contra o Grupo NSO nos Estados Unidos.

Neste domingo (21), a empresa acusou o Ministério de Segurança Pública de Israel de agravar a situação ao instituir restrições sobre a indústria de espionagem cibernética do estado ocupante, sob veemente pressão da Casa Branca.

Dentre as restrições está a suspensão de licenças de exportação a dezenas de países. Como resultado, desenvolvedoras israelenses de aplicativos de espionagem declararam falência e outras venderam suas ações.

Representantes do Grupo NSO acusaram o Ministério da Defesa de capitular a Washington e advertiram: “Caso a situação não seja solucionada, não restará mais nenhuma companhia de segurança digital para coletar inteligência em nome de Israel”.

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