Ex-ministro jordaniano pede boicote palestino a aeroporto de Israel

O ex-ministro de informação da Jordânia Samih Maayteh criticou palestinos que viajam ao exterior por meio do aeroporto israelense de Ramon, destacou a agência de notícias Quds Press.

Seus comentários sucedem o primeiro voo local com passageiros da Cisjordânia ocupada, em direção ao Chipre.

“Trata-se de uma medida israelense que serve interesses israelenses, coordenada com a Autoridade Palestina em Ramallah, que oferece serviços gratuitos a Tel Aviv às custas da Jordânia”, declarou Maayteh.

Segundo o ex-ministro, os voos de Ramon são realizados em franco detrimento do Aeroporto Internacional Rainha Alia, nos arredores de Amã, frequentemente ser utilizado por palestinos da Cisjordânia para suas viagens internacionais.

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Segundo o jornal The Jordanian Times, a Sociedade Jordaniana de Agentes de Viagem e Turismo (JSTA) afirmou que a abertura de Ramon a viajantes palestinos deve resultar na redução de 55 a 65% nas saídas do território hachemita.

A entidade instou o governo jordaniano a “agir rápido” para solucionar o problema e facilitar a entrada de palestinos à monarquia, incluindo ao cortar taxas e tributações.

Mahmoud Al Khasawneh, membro do conselho de diretores da JSTA, reiterou que cerca de 550 mil palestinos da Cisjordânia entram na Jordânia anualmente, via ponte Rei Hussein, tanto para escala de turismo quanto para visitar parentes.

O Fórum Nacional em Defesa da Resistência também pediu os palestinos que boicotem Ramon. A entidade pressionou Amã a cortar todos as relações com Tel Aviv e descreveu a imposição do aeroporto a turistas palestinos como “forma de normalização compulsória”.

Em 2 de agosto, Israel emitiu formalmente sua autorização para que palestinos da Cisjordânia viajem via aeroporto de Ramon, perto de Eilat. O primeiro voo decolou em 22 de agosto com destino ao Chipre e alguns passageiros palestinos a bordo.

O Ministro dos Transportes da Autoridade Palestina (AP) Assem Salem prometeu em entrevista a uma rádio local, na última semana, fazer “sugestões” para dissuadir os palestinos de utilizar o aeroporto israelense. Salem negou qualquer contato entre Ramallah e Tel Aviv sobre a matéria.

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