A Assembleia Geral dos Juízes Libaneses decidiu nesta terça-feira (23) manter sua greve pela segunda semana consecutiva, segundo nota emitida após reunião de aproximadamente 400 dos 550 juristas que suspenderam suas atividades.
Os juízes decidiram agir após o fracasso de negociações com líderes políticos sobre suas demandas.
O presidente do Supremo Conselho de Justiça, membros da instituição de estado, juízes das cortes de cassação e recurso, promotores públicos e profissionais de tribunais e repartições judiciais participam da greve.
O Supremo de Conselho de Justiça insistiu em obter os direitos da categoria antes de retomar os trabalhos. “A deterioração das condições do judiciário resulta sobretudo da não-adoção da legislação sobre a independência da justiça”, declarou o comunicado.
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Hatem Madi, ex-procurador-geral do estado levantino, comentou a situação à rede Arab News: “Meu salário hoje vale US$300 e ocupo o topo da carreira judicial. Juízes da linha de frente têm remuneração inferior US$75. Tudo isso reflete o colapso do país e é a primeira vez que a justiça libanesa é paralisada desta maneira”.
A lira libanesa perdeu 95% de seu valor, com impacto particular aos salários do funcionalismo público, que apelou a greves e outros meios de protestos para pressionar a elite governante a conter a degradação socioeconômica.
O Líbano permanece em um atoleiro financeiro e busca socorro imediato. A situação é descrita como uma das piores crises em todo o mundo desde o século XIX. Todavia, bancos e entidades estrangeiras exigem reformas antes de deferir assistência.