O presidente iraquiano Barham Salih pediu “calma” à população e aos grupos políticos do país, nesta terça-feira (23), ao alertar para as consequências da cessação dos trabalhos do Supremo Conselho de Justiça.
No mesmo dia, o órgão máximo do judiciário suspendeu todas as suas atividades após centenas de apoiadores do clérigo populista Moqtada Al-Sadr cercarem sua sede em protesto sit-in, para reivindicar a dissolução do parlamento e convocação de novas eleições.
“O desenvolvimento do país requer que todos mantenham a calma e priorizem o diálogo, para não cairmos em labirintos perigosos e desconhecidos, onde todos perdem”, insistiu o chefe de estado. “Interromper o trabalho do judiciário é um ato grave que ameaça a nação”.
Salih destacou que manifestações pacíficas e críticas opinativas são um direito consagrado pela constituição. “Porém, o país passa por um período delicado que demanda união e manutenção do caminho democrático pacífico, pelo qual nosso povo tanto se sacrificou. Temos de recordar disso a qualquer custo”.
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Um correligionário próximo de al-Sadr criticou a suspensão dos trabalhos do judiciário, ao descrever a medida como fim da “revolução reformista”.
O Supremo Conselho de Justiça confirmou a retomada das operações para esta quarta-feira (24), após al-Sadr pedir a seus apoiadores que deixassem o local, afirmou a agência Reuters. Contudo, até o momento, não há confirmação de que as condições foram cumpridas.