Embaixadores de onze países ocidentais e da União Europeia em Cartum acusaram o regime militar do Sudão de deixar de cooperar com o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, desde a tomada do poder via golpe de estado, em outubro do último ano.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
A nota conjunta foi assinada por Alemanha, Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Itália, Noruega, Reino Unido, Suécia, Suíça e União Europeia.
“O governo transicional predecessor trabalhou de maneira próxima com a corte”, reafirmou o comunicado. “Notamos um passo atrás nesta colaboração desde o advento do governo militar em 25 de outubro de 2021”.
Karim Khan, promotor-chefe de Haia, reforçou seu apelo na quarta-feira (24) para que oficiais sudaneses cooperem com o órgão internacional, ao executar de mandados de prisão contra o ex-ditador Omar al-Bashir e seus assessores.
No fim de sua visita à capital sudanesa Cartum, Khan reiterou que a missão de Haia é apreender os suspeitos para que sejam devidamente julgados por crimes de guerra conduzidos pelo então governo durante os conflitos na região de Darfur.
O tribunal demanda a rendição do ex-presidente, de 77 anos, e três assessores – Ahmad Harun, Abdel Raheem Hussein e Abdallah Banda. Khan reportou empecilhos para obter cooperação do atual governo para tanto.
Os signatários do comunicado conjunto descreveram o contato de Khan com comunidades de Darfur – após três anos da queda de al-Bashir, sob meses de manifestações populares – como “recordação de que as vítimas ainda aguardam justiça”.
A nota pediu ainda que “as atuais autoridades sudanesas renovem sua colaboração absoluta e irrestrita com o tribunal, conforme o Acordo de Paz de Juba e o Memorando de Entendimento de agosto de 2021, firmado entre a Promotoria de Haia e o Sudão”.
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