A Federação de Caratê do Marrocos e a Clube de Basquete Feminino CODM confirmaram neste domingo (28) cancelar sua participação em eventos na Tunísia após deflagar-se uma crise entre os países devido a um encontro entre o presidente tunisiano Kais Saied e o líder do movimento saarauí, Ibrahim Ghali.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
A Federação de Caratê do Marrocos anunciou sua retirada do Campeonato de Caratê Norte Africano, sediado na Tunísia, entre 7 e 11 de setembro.
O clube de basquete seguiu a deixa, ao cancelar sua presença no Campeonato Árabe de Clubes Femininos, realizado na cidade tunisiana de Nabeul, entre 20 e 28 de setembro.
Ambas as organizações não elucidaram a razão para a medida.
No sábado (27), no entanto, a chancelaria marroquina criticou a Tunísia por receber o líder saarauí, ao alegar que a iniciativa política “não removeu de modo algum a ambiguidade de Tunís, mas sim contribuiu para aprofundá-la”.
LEIA: Marrocos e Israel assinam pacto de cooperação jurídica
Na sexta-feira (26), o Marrocos removeu seu embaixador radicado em Túnis, Hassan Tarek, ao descrever o encontro entre Saied e Ghali como “perigoso e sem precedentes”.
De sua parte, o Ministério de Relações Exteriores da Tunísia alegou surpresa com a resposta marroquina e negou aproximação com a Frente Polisario. Conforme nota, o estado mantém “neutralidade … de acordo com a legitimidade internacional, posição persistente até que as partes relevantes cheguem a uma solução pacífica aceita por todos”.
“A Tunísia respeitou todos os procedimentos necessários para sediar o evento, segundo referências legais do continente africano e reiterou seu compromisso com suas relações históricas e fraternas com o povo marroquino”, prosseguiu o comunicado.
Rabat insiste em manter sua soberania sobre o Saara Ocidental e propõe “autonomia” regional restrita. A Frente Polisario reivindica a realização de um referendo popular sobre a matéria.