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150 mil pessoas continuam detidas ou desaparecidas na Síria desde 2011

Khaled Androun, cidadão libanês e pai de Alaa, viúva de um combatente da entidade terrorista Estado Islâmico (Daesh), detida em um centro de segurança máxima do campo de al-Hol, no noroeste da Síria, em 10 de fevereiro de 2022 [Joseph Eid/AFP via Getty Images]

A Rede Síria para Direitos Humanos reportou nesta terça-feira (30) que ao menos 154.398 sírios presos entre março de 2011 e agosto de 2022 continuam detidos ou desaparecidos no país, nas mãos das diversas forças em confronto que dividem o território.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

A estimativa inclui 5.161 crianças e 10.159 mulheres.

“O regime sírio [de Bashar al-Assad] é responsável pela prisão de 135.253 indivíduos, incluindo 3.684 crianças e 8.469 mulheres; outras 8.684 pessoas, incluindo 319 crianças e 225 mulheres, foram detidos pelo Daesh [Estado Islâmico] e seu paradeiro é desconhecido”, constatou a ong em relatório emitido no Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimento Forçado.

“Outros 2.373 indivíduos, incluindo 46 crianças e 44 mulheres, permanecem detidos ou desaparecidos por ações do Hay’at Tahrir al-Sham”, acrescentou.

O relatório reiterou que outros agentes em campo são responsáveis pela prisão de 6.237 indivíduos, incluindo 4.898 casos de desaparecimento forçado. Entre os casos, estão 253 crianças e 546 mulheres.

Segundo a organização de direitos humanos, o alto índice de desaparecidos nas mãos do regime mostra que os vinte decretos de anistia geral promulgados por Assad desde 2011 obtiveram pouco ou nenhum resultado no que se refere à soltura de milhares de detidos.

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“Desde março de 2018, o regime sírio continuou a registrar alguns dos desaparecidos como mortos, por meio de seus departamentos de registro civil”, destacou o relatório. O governo documentou 1.072 desaparecidos, incluindo nove crianças e duas mulheres, como casos de óbito. Contudo, corpos ou informações circunstanciais jamais foram repassados às famílias.

“Sob a lei internacional, comandantes e outros oficiais de alto escalão são responsabilizados por crimes de guerra cometidos por seus subordinados”, reafirmou o grupo humanitário. “O desaparecimento forçado acontece sistematicamente. Sua adoção como política procede da cadeia de comando desde a presidência, diretamente associada aos Ministérios da Defesa e Interior, assim como ao Departamento de Segurança Nacional e outras agências”.

A Rede Síria de Direitos Humanos fez um novo apelo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para realizar uma sessão de emergência sobre a matéria.

Além disso, pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) que trabalhe para descobrir o destino dos desaparecidos antes de seguir com novas rodadas de negociação política, ao estabelecer um cronograma rigoroso para tanto.

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