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Cidadã saudita é condenada a 45 anos de prisão por postagens nas redes sociais

Nourah bint Saeed al-Qahtani [@taj_rights/Twitter]

Uma corte saudita condenou uma mulher a 45 anos de prisão por suas postagens nas redes sociais, confirmou a organização Democracy for the Arab World Now (DAWN), radicada em Washington. As informações são da agência de notícias Reuters.

Segundo a ong, trata-se do último exemplo de repressão ao ativismo feminino logo após a visita do Presidente dos Estados Unidos Joe Biden à monarquia.

Nourah bint Saeed al-Qahtani foi condenada – “provavelmente na última semana” – pela Corte Penal Especializada da Arábia Saudita, sob a acusação de “usar a internet em prejuízo do tecido social [saudita]” e “violar a ordem pública por meio das redes sociais”.

O governo saudita não comentou o caso até então.

Segundo a DAWN, há pouca informação disponível sobre al-Qahtani ou mesmo as postagens que levaram a sua sentença.

O caso de al-Qahtani sucede em semanas a pena de 35 anos deferida contra Salma al-Shehab – mãe de dois filhos e doutoranda da Universidade de Leed na Grã-Bretanha. Al-Shehab foi presa por retuitar postagens de ativistas em sua página pessoal.

Biden citou preocupações de direitos humanos no mês de julho, durante seu encontro com Mohammed bin Salman – príncipe herdeiro e governante saudita. O tópico é foco de atrito entre os aliados tradicionais. Em sua campanha à Casa Branca, Biden prometeu maior rigor sobre a questão e chegou a descrever a monarquia como “estado pária”.

Na última semana, Washington insistiu ter mencionado “receios substanciais” ao lado saudita devido à sentença de al-Shehab, que inclui proibição de viagem de 34 anos.

LEIA: Arábia Saudita condena ativista por direitos das mulheres a 34 anos de prisão

Os casos de al-Qahtani e al-Shehab expõem a perseguição sistêmica de dissidentes imposta por bin Salman, muito embora o príncipe busque projetar uma imagem de reformas ao insistir criar empregos e permitir que as mulheres possam dirigir.

Parentes de prisioneiros políticos do regime saudita tinham esperanças de que a visita de Biden ajudaria a obter a liberdade de seus entes queridos.

Abdullah al-Aoudh – diretor de pesquisa da DAWN para a região do Golfo – reiterou que, em ambos os casos, autoridades sauditas adotaram “leis abusivas” para alvejar críticas legítimas.

“Mas isso é apenas metade da história; o príncipe não deferiria tais penas abusivas e vingativas caso sentisse que sofreria repúdio considerável da Casa Branca e de outros regimes ocidentais”, declarou al-Aoudh. “Claramente, não sofrem”.

Oficiais sauditas insistem que a monarquia não possui prisioneiros políticos. “Temos presos na Árabia Saudita que cometeram crimes e aqueles que foram julgados e considerados culpados”, afirmou o chanceler Adel al-Jubeir à agência Reuters, no último mês.

“A noção de que podem ser descritos como prisioneiros políticos é absurda”, acrescentou.

Tensões entre a monarquia rica em petróleo e os Estados Unidos escalaram após o assassinato de Jamal Khashoggi – articulista do jornal The Washington Post –, dentro do consulado saudita de Istambul, em outubro de 2018. Fontes da inteligência americana apontam bin Salman como mandante do crime.

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