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Cheias no Paquistão deixam 16 milhões crianças em risco

Crianças afetadas por inundações no Paquistão sendo examinadas por especialistas em saúde [Sami Malik/UNICEF]

Desde meados de julho deste ano, o Paquistão vem enfrentando fortes chuvas e alagamentos durante a temporada de monções. O agravamento da situação nas últimas semanas levou o país a uma crise humanitária “sem precedentes”, de acordo com o representante da Organização Mundial da Saúde, OMS, Palitha Mahipala.

O Fundo da ONU para Infância, Unicef, destaca que as crianças representam 30% das vítimas fatais dos alagamentos dos últimos dias. Outras 16 milhões foram impactadas e 3,4 milhões precisam de apoio humanitário. Ainda segundo a agência, 18 mil escolas foram danificadas ou destruídas.

Crianças em risco

Na análise do representante do Unicef no Paquistão, Abdullah Fadil, pode ser que mais crianças morram com o agravamento da situação e a chegada do inverno. Ele alerta para o alto risco de doenças mortais transmitidas pela água se espalharem rapidamente, como diarreia, cólera, dengue, malária.

Destacando a dificuldade de acesso, Fadil afirma que as operações de socorro e resgate ainda são extremamente difíceis de realizar, já que cerca de 160 pontes e 5 mil quilômetros de estradas foram destruídas ou danificadas.

O Unicef entregou até o momento serviços de emergência imediatos e suprimentos no valor de mais de US$ 2 milhões, incluindo água potável, pastilhas de purificação de água, kits de higiene, medicamentos, vacinas, alimentos terapêuticos para crianças, mulheres grávidas e lactantes e mosquiteiros.

Agravamento da crise sanitária

Segundo a OMS, 72% dos distritos foram afetados e metade deles está em estado de calamidade. Com 15% da população afetada, a resposta da agência de saúde e das autoridades paquistanesas já conta com 27 centros de saúde operando e mais de 4,5 mil acampamentos médicos pelo país.

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Com muitas instalações de saúde danificadas com as inundações, o atendimento foi interrompido, aumentando os riscos de uma crise generalizada. A OMS também alerta para a propagação de doenças transmitidas pela água e o agravamento do surto de pólio.

A agência de saúde também destaca a falta de acesso a algumas regiões, bem como a falta de equipes médicas e suprimentos básicos como importantes desafios para lidar com a situação.

Impactos nos refugiados

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, também está levantando recursos para aumentar a assistência às comunidades e refugiados nas áreas afetadas pelas cheias. Segundo relatos, as pessoas sem abrigo, aguardando a ajuda do governo e de entidades humanitárias.

O Acnur já entregou tendas e outros itens de ajuda para os locais mais afetados e lembra que o país recebeu milhões de afegãos nas últimas quatro décadas. Assim, o porta-voz da agência no país, Matthew Saltmarsh, afirma que a assistência é um sinal de solidariedade.

Segundo ele, mais de 420 mil afegãos vivem lado a lado com as comunidades anfitriãs nas áreas mais afetadas do Paquistão, inclusive nas províncias de Sindh, Baluchistão e Khyber Pakhtunkwa.

A ONU fez um apelo de US$ 161 milhões para ajudar vítimas de inundações no Paquistão. De acordo com levantamentos, cerca de mil pessoas morreram e mais de 30 milhões foram deslocadas em inundações provocadas pelas monções neste ano.

Publicado originalmente em ONU News

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