Estrangeiros que visitarem a Cisjordânia devem informar o Ministério da Defesa de Israel caso se apaixonem por palestinos, segundo novas diretrizes da ocupação.
O novo regulamento delineado pela COGAD – Coordenadoria de Atividades do Governo dos Territórios [ocupados] – entram em vigor nesta segunda-feira (5) e não se aplicam a turistas com destino aos assentamentos ilegais.
As regras foram proteladas duas vezes antes devido a contestações legais.
Segundo a rede BBC News, se um casal decidir consumar seu matrimônio, será imputado a ambos deixar o território por um ano e maio após 27 meses, com o propósito de testar seu relacionamento.
A medida controversa é parte da escalada repressiva de Israel contra estrangeiros que vivem ou desejam visitar os territórios palestinos.
Além disso, caso o relacionamento comece após a chegada do turista na Cisjordânia, o casal tem de notificar as autoridades coloniais dentro de 30 dias de engajamento, matrimônio ou coabitação – “o que quer que ocorra primeiro”.
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If you fall in love with a Palestinian in the West Bank, you must report it to the Israeli Ministry of Defence now.
Last time I traveled to Palestine with my German husband, we had to pretend we don’t know each other. Otherwise, they wouldn’t let him in.https://t.co/SG1mGeus4T
— Marwa Fatafta مروة فطافطة (@marwasf) September 3, 2022
“Um estrangeiro casado com um residente, ou que constitua casal, deve proceder com arranjos antes de chegar à região”, reafirma o texto. “Caso o relacionamento comece após o estrangeiro chegar à região, então um oficial da COGAT deve ser informado por escrito dentro de 30 dias do início do relacionamento. Um requerimento deve ser ainda enviado à Autoridade Palestina (AP) para formalizar o status”.
Jessica Montell, diretora executiva da ong israelense HaMoked, que apelou no judiciário sionista contra as novas regras, declarou à BBC: “Trata-se de engenharia demográfica da sociedade palestina, para isolá-la do mundo exterior”.
“É assim que tornam dificílimo que as pessoas venham, trabalhem, invistam, ensinem e estudem nas instituições palestinas”, concluiu Montell.
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