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Jornalista russo pode enfrentar 24 anos de prisão por ter noticiado acordo de armas com Egito

O jornalista especializado em defesa Ivan Safronov, preso em julho de 2020 sob acusação de traição e acusado de passar segredos de Estado à inteligência tcheca, compareceu a um tribunal em Moscou em 4 de abril de 2022 [PKirill Kudryavtsev/ AFP]

O veredicto sobre se um jornalista russo receberá uma sentença de 24 anos de prisão por alta traição será proferido por um tribunal hoje.

Ivan Safronov foi preso em julho de 2020 e está em prisão preventiva desde então acusado de repassar segredos de Estado à inteligência alemã e tcheca entre 2015 e 2017.

No final de agosto, um promotor do governo argumentou que, após sua libertação, Safronov deveria ser condenado a dois anos de liberdade restrita e multado em mais de US$ 8.000.

Ex-correspondente militar do Kommersant e do Verdomosti, um jornal de negócios russo, Safronov recusou uma oferta de um promotor que pediu que ele se declarasse culpado em troca de uma sentença mais curta de 12 anos.

Analistas dizem que há poucas evidências contra ele, e sua equipe de defesa diz que as acusações contra ele estão relacionadas ao seu trabalho como repórter e que ele foi acusado de revelar planos para um acordo de armas de US$ 2 bilhões com o Egito.

De acordo com o site investigativo independente Proekt Media, as informações classificadas que Safronov é acusado de transmitir à inteligência ocidental já estãavam disponíveis publicamente online.

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O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) classificou o pedido do promotor russo para prender Safronov por 24 anos de “chocante, mesmo para os baixos padrões já estabelecidos pelo governo do país”.

O CPJ pediu às autoridades que retirem todas as acusações contra o jornalista e o libertem imediatamente.

Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro, a liberdade de imprensa na Rússia se deteriorou, com jornalistas sendo acusados ​​de extorsão em uma aparente retaliação por seu trabalho investigando questões comerciais e políticas, segundo o CPJ.

Desde a ascensão do presidente Abdel Fattah Al-Sisi ao poder no Egito, grupos de direitos humanos têm criticado países que vendem armas ao Cairo.

O Egito é um dos regimes mais repressivos do mundo, com cerca de 60.000 presos políticos que são sistematicamente torturados e sem acesso a cuidados médicos.

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