O influente cartel de bens energéticos conhecido como OPEP+ – constituído por membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e parceiros, liderados por Moscou – assentiu nesta segunda-feira (5) em cortar sua produção de petróleo em de dez mil barris por dia, a partir de outubro.
Segundo agências de notícias e analistas, a redução surpreendeu os mercados internacionais em um momento de disputa substancial entre Rússia e Ocidente, devido à invasão militar da Ucrânia e as sanções subsequentes impostas a Moscou.
Não obstante, a aliança de energia alegou portas abertas a novas negociações sobre volume de produção e preços dos combustíveis, com base nos avanços do mercado.
Durante seus encontros mensais, os membros da OPEP+ debateram os pedidos ocidentais para aumentar sua produção e exportação, com objetivo de conter a carestia do petróleo, diante da pior inflação a atingir Estados Unidos e Europa em questão de décadas.
O vice-premiê russo Alexander Novak afirmou que o corte é apenas reflexo das expectativas de um menor crescimento da economia global.
LEIA: Mercado terá menor excedente de petróleo em 2022, alerta OPEP+
Analistas esperam que o preço dos insumos caia devido ao potencial retorno de petróleo cru iraniano ao mercado global, à medida que Teerã se aproxima de resgatar seu acordo nuclear, segundo o qual sanções serão suspensas em troca de restrições a seu programa atômico.
Caso as sanções sejam atenuadas, o Irã pode adicionar um milhão de barris por dia à rede de abastecimento global – equivalente a 1% da demanda.
O tratado nuclear iraniano, assinado pelo então Presidente dos Estados Unidos Barack Obama em 2015, foi abandonado três anos depois por seu sucessor Donald Trump. O incumbente Joe Biden prometeu em campanha reaver o acordo.