O patriarca maronita Bechara al-Rai fez um chamado para que os refugiados sírios radicados no Líbano regressem a seu país, apesar da guerra civil ainda em curso, ao insistir que os imigrantes não podem continuar nos campos de refugiados “às custas do estado”.
Em entrevista à televisão, alegou al-Rai: “A primeira guerra foi imposta a vocês [refugiados sírios]; todavia, caso não voltem para casa, imporão uma segunda guerra sobre si mesmos. Vocês não podem ficar no Líbano às custas do estado”.
Al-Rai pediu a oficiais libaneses que negociem com seus homólogos sírios – incluindo o regime ditatorial de Bashar al-Assad – para devolver os refugiados ao território vizinho.
“O papa [Francisco] quer que os sírios permaneçam no Líbano, mas eu lhe enviei um estudo socioeconômico detalhado sobre os impactos ao país e a mudança em suas características”, prosseguiu o líder cristão – em discurso análogo a xenofobia e ultranacionalismo.
O Líbano abriga cerca de 1.5 milhão de refugiados que fugiram do conflito na Síria da última década. O estado mediterrâneo sofre sua pior crise política e fiscal desde sua própria guerra civil, entre 1975 e 1990.
Analistas atribuem o colapso libanês a corrupção e má gestão da elite governante – incluindo políticos cristãos, xiitas e sunitas, conforme o regime sectário de compartilhamento de poder estabelecido no Líbano.
A Síria permanece em guerra desde a violenta repressão de Assad a protestos populares por democracia, no início de 2011.
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