Nesta segunda-feira (12), o Sindicato Nacional dos Jornalistas da Tunísia (SNJT) denunciou a Corporação de Televisão Nacional por perpetrar “graves desvios” referentes ao princípio de separação entre mandato administrativo e processo editorial.
A entidade sindical acusou a gestão federal de “tirar proveito da instituição pública para realizar propaganda em favor do atual regime”.
Repórteres e ativistas se queixaram também da “exclusão” de trabalhadores que contestam a linha editorial. “Trata-se de clara violação da independência da televisão nacional”, advertiu o tradicional sindicato do país norte-africano.
“A situação é bastante grave, caracterizada por ambiguidade retórica e pela tomada de decisões autocráticas, o que criou tensões dentro da instituição”, acrescentou o relato.
Segundo a denúncia, o silêncio do governo sobre a matéria indica dolo, ao instrumentalizar a agência estatal em benefício do presidente Kais Saied.
O chefe do executivo é acusado por ativistas e opositores de conduzir um golpe de estado, desde julho de 2021, quando destituiu o então premiê, congelou o parlamento e passou a governar por decreto.
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