O movimento palestino Hamas anunciou nesta quinta-feira (15) sua decisão de restaurar oficialmente relações com o regime sírio de Bashar al-Assad, após dez anos de ruptura.
Em nota, o Hamas confirmou “construir e desenvolver relações sólidas” com Assad “a serviço de nossa nação [árabe] e suas causas justas, com a causa palestina em seu âmago, sobretudo diante dos rápidos acontecimentos em âmbito regional e internacional”.
O movimento radicado em Gaza agradeceu a “liderança síria e seu povo por seu papel em defesa dos palestinos e sua justa causa”.
O Hamas expressou esperanças de que Damasco “recupere sua posição entre as nações árabes e islâmicas” e reafirmou seu apoio aos supostos esforços de Assad para reaver a estabilidade, a segurança, a prosperidade e o progresso na Síria.
“A Síria abraça nosso povo e sua resistência por décadas, o que requer que estejamos a seu lado, perante a brutal agressão a que é submetida”, prosseguiu o comunicado, em alusão a ataques perpetrados por Israel no território ao norte.
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O Hamas condenou veementemente os sucessivos bombardeios israelenses na Síria, em particular recentes ofensivas contra os aeroportos de Damasco e Aleppo.
“Reiteramos nossa posição firme sobre a coesão do povo sírio e suas terras”, destacou a nota. “Instamos o fim de todas as manifestações de conflito no país e reconciliação e compreensão entre seus componentes, estados e forças, por meio de diálogo sério, em favor dos interesses nacionais e suas respectivas causas”.
Relações entre Hamas e Damasco foram cessadas em 2012, após a deflagração da revolução síria. No ano anterior, o regime de Assad avalizou a repressão violenta a protestos populares por democracia, o que culminou na guerra civil.
Como resultado, o Hamas deixou seu tradicional escritório em Damasco, capital da Síria.
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