Portuguese / English

Middle East Near You

Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

A rainha Elizabeth II e a Turquia

Rainha Elizabeth II da Grã-Bretanha assina seu nome no livro de visitantes do Colégio Kabatas, em Istambul, 15 de maio de 2008 [Mustafa Ozer/AFP via Getty Images]
Rainha Elizabeth II da Grã-Bretanha assina seu nome no livro de visitantes do Colégio Kabatas, em Istambul, 15 de maio de 2008 [Mustafa Ozer/AFP via Getty Images]

A Rainha do Reino Unido Elizabeth II faleceu em 8 de setembro, quinta-feira, aos 96 anos de idade. Conforme relatos, a Turquia enviou flores a seu ostentoso funeral. O laço entre a monarca britânica e o estado turco não é algo novo. Em 2008, durante sua primeira visita à Turquia em mais de três décadas, Elizabeth discursou durante um banquete em sua homenagem e enalteceu a importância do país anfitrião. “A Turquia está unicamente posicionada como ponte entre Ocidente e Oriente, em um momento crucial tanto para a União Europeia quanto para o mundo todo … exercendo seu notório papel em promover a paz, a estabilidade política e o desenvolvimento econômico em algumas das áreas mais conturbadas do planeta”, declarou Elizabeth.

O contexto por trás do relacionamento entre a rainha britânica e a Turquia é notável. A mais longeva monarca do Reino Unido deferiu importância às localidades históricas e estratégicas da Turquia. No último dia de sua visita – ao lado de seu falecido marido, o príncipe Philip –, Elizabeth visitou o estreito de Bósforo em um navio, acompanhada pelo então presidente turco Abdullah Gül e sua primeira-dama Hayrunnia Ozyurt. Philip e Elizabeth visitaram também o Museu de Arte Moderna de Istambul e o Colégio Kabatas, na região de Ortaköy, onde assistiram a um evento de ciências.

Rainha Elizabeth II da Grã-Bretanha assina seu nome no livro de visitantes do Colégio Kabatas, em Istambul, 15 de maio de 2008 [Mustafa Ozer/AFP via Getty Images]

Da esquerda para a direita: Rainha Elizabeth II, príncipe Philip, presidente da Turquia Abdullah Gül e sua esposa Hayrunnia Ozyurt, em frente à mesquita de Ortaköy, em Istambul, 15 de maio de 2008. A rainha britânica e seu consorte realizaram uma visita de quatro dias à Turquia, a primeira desde 1971 [Mustafa Ozer/AFP via Getty Images]

A Rainha do Reino Unido Elizabeth II faleceu em 8 de setembro, quinta-feira, aos 96 anos de idade. Conforme relatos, a Turquia enviou flores a seu ostentoso funeral. O laço entre a monarca britânica e o estado turco não é algo novo. Em 2008, durante sua primeira visita à Turquia em mais de três décadas, Elizabeth discursou durante um banquete em sua homenagem e enalteceu a importância do país anfitrião. “A Turquia está unicamente posicionada como ponte entre Ocidente e Oriente, em um momento crucial tanto para a União Europeia quanto para o mundo todo … exercendo seu notório papel em promover a paz, a estabilidade política e o desenvolvimento econômico em algumas das áreas mais conturbadas do planeta”, declarou Elizabeth.

LEIA: Elizabeth II: a última rainha colonial britânica

O contexto por trás do relacionamento entre a rainha britânica e a Turquia é notável. A mais longeva monarca do Reino Unido deferiu importância às localidades históricas e estratégicas da Turquia. No último dia de sua visita – ao lado de seu falecido marido, o príncipe Philip –, Elizabeth visitou o estreito de Bósforo em um navio, acompanhada pelo então presidente turco Abdullah Gül e sua primeira-dama Hayrunnia Ozyurt. Philip e Elizabeth visitaram também o Museu de Arte Moderna de Istambul e o Colégio Kabatas, na região de Ortaköy, onde assistiram a um evento de ciências.

Da esquerda para a direita: Rainha Elizabeth II, príncipe Philip, presidente da Turquia Abdullah Gül e sua esposa Hayrunnia Ozyurt, em frente à mesquita de Ortaköy, em Istambul, 15 de maio de 2008. A rainha britânica e seu consorte realizaram uma visita de quatro dias à Turquia, a primeira desde 1971 [Mustafa Ozer/AFP via Getty Images]

Da esquerda para a direita: Rainha Elizabeth II, acompanhada pelo então primeiro-ministro da Turquia Recep Tayyip Erdogan e sua esposa Emine Erdogan, presenteia a um menino turco uma bola assinada pelo jogador de futebol David Beckham durante um evento na embaixada britânica de Ancara, 16 de maio de 2008 [Anatolia/Getty Images]

Em um pequeno gesto de diplomacia esportiva – no entanto, notável –, durante sua viagem em 2008, Elizabeth presenteou um menino turco com uma bola assinada pela estrela do futebol britânico David Beckham, em uma festa para seu aniversário, na embaixada do estado europeu na capital Ancara. Na ocasião, o então premiê Turco Recep Tayyip Erdogan acompanhou Elizabeth, ao lado de sua esposa, Emine Erdogan.

Em seu livro The Sultan and the Queen: The Untold Story of Elizabeth and Islam (O Sultão e a Rainha: A história oculta de Elizabeth e o Islã, em tradução livre, de 2016), Jerry Brotton comentou sobre a conexão entre a monarca da dinastia Tudor e o antigo império Otomano. Sua família buscou construir alianças com países influentes do mundo islâmico; enviou um emissário ao Xá do Irã, enalteceu o Rei do Marrocos e saudou as posições tomadas pelo sultão otomano Murad III (1546-95) – “monoteísta como nós”, que enfrentou o “idólatra” rei católico da Espanha. Também em 2008, Elizabeth visitou a Mesquita Bursa Ulu, em sinal de respeito ao passado otomano e ao patrimônio islâmico da Turquia.

LEIA: Elizabeth II, a longeva monarca do Reino Unido que nunca visitou Israel

Em uma de suas declarações sobre o país, a monarca celebrou ainda o fundador da República da Turquia: “É uma enorme honra prestar homenagens a Mustafa Kemal Ataturk, amigo do Reino Unido, consagrado como uma das maiores figuras da história moderna”.

Agora, uma semana após falecer a rainha, representantes turcos e partes da comunidade local demonstram suas condolências. Um hotel em Antalya, por exemplo, tocou o hino nacional britânico a seus hóspedes.

Segundo fontes oficiais, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan participará do funeral da rainha Elizabeth nesta segunda-feira (19). Logo após as notícias de sua morte, Erdogan manifestou seus pêsames à família real britânica, assim como ao povo e ao governo do Reino Unido.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

Categorias
BlogBlogs - PoliticsEuropa & RússiaReino UnidoTurquia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments