O ex-premiê jordaniano Abdelraouf Rawabdeh declarou neste domingo (18), durante um evento realizado no Centro Cultural al-Hussein, em Amã, que a monarquia hachemita e o movimento palestino Hamas devem manter relações.
“O Hamas é um movimento respeitado e a Jordânia deve normalizar suas relações”, observou Rawabdeh. “O Hamas é um movimento jihadista de resistência e temos de ficar a seu lado em seu conflito com Israel”.
Contudo, acrescentou: “Temos uma posição nacional – a Jordânia não deve abrigar qualquer parte não-jordaniana liderada por jordanianos. Não há nação no mundo que consinta com a existência de um país terceiro liderado por seus próprios cidadãos”.
Rawabdeh – cujo governo deportou líderes do Hamas em 1999 – reiterou que a Jordânia tem boas relações com todas as outras facções palestinas, apesar de antigas divergências.
“Houve conflito entre Amã, por um lado, e o Fatah e as Frentes Popular e Democrática para a Libertação da Palestina, por outro”, reconheceu o ex-premiê. “Agora, entretanto, temos boas relações com base em um destino comum. Por que não reconciliar com o Hamas?”
Rawabdeh fez um chamado por reuniões com líderes do Hamas, de maneira similar a encontros realizados com o Fatah e outros grupos nacionais em Amã, com intuito de “debater as questões políticas abertamente”.
Segundo o ex-premiê, não obstante, tais encontros “devem ser condicionados à nacionalidade palestina de seus líderes, em lugar de jordanianos”.
Rawabdeh sugeriu apoio à criação de uma federação jordaniano-palestina; entretanto, não no presente contexto: “Isso deve ocorrer junto de um estado palestino soberano e independente, com base na vontade de ambas as nações”.
Rawabdeh liderou o 84º governo jordaniano, o primeiro durante o reinado do atual monarca, Abdullah II, entre março de 1999 e junho de 2000.