O grupo iemenita houthi confirmou neste domingo (18) ter rejeitado uma proposta saudita para conduzir uma troca de prisioneiros entre as partes em guerra, declarou Abdulkader al-Murtada, chefe do comitê houthi para as negociações.
“As forças agressoras querem libertar prisioneiros sauditas junto com líderes mercenários em troca de alguns prisioneiros nossos, com objetivo de protelar outras questões a um momento futuro”, afirmou Murtada à agência de notícias Saba.
“Querem contornar a trégua”, acrescentou. “Rejeitamos a proposta”.
Murtada reiterou que os houthis assinaram um acordo com a coalizão saudita e o governo iemenita reconhecido internacionalmente, em março, com intuito de trocar mais de 2.200 prisioneiros de ambas as partes. “No entanto, mercenários sabotaram este acordo”.
Murtada insistiu que a questão dos prisioneiros praticamente não avançou desde a trégua mediada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em vigor desde abril.
No mês seguinte, a Arábia Saudita anunciou a soltura de 163 prisioneiros houthis sob pretexto humanitário e de promoção da paz. A mais recente troca de prisioneiros, contudo, ocorreu em outubro de 2020, quando mil prisioneiros foram libertados sob esforços da ONU.
O Iêmen é assolado pela guerra desde 2014, quando rebeldes houthis – ligados a Teerã – capturaram grande parte do país, incluindo a capital Sana’a. O conflito escalou em 2015, quando uma coalizão saudita interveio para restaurar o governo aliado.
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