A empreiteira alemã RWE assinou neste domingo (25) um acordo com a Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (ADNOC) para enviar gás natural liquefeito (GNL) à maior economia da Europa, com início previsto em dezembro próximo.
Segundo o acordo, a remessa “será a primeira vez que GNL será fornecido ao mercado alemão via terminal flutuante de importação de Brunsbuttel”.
Confirmou a corporação europeia: “As partes assinaram um memorando de entendimento para fornecer GNL por anos, de modo que as primeiras remessas serão enviadas em 2023”.
O Ministro da Indústria e Tecnologia dos Emirados, dr. Sultan Ahmed al-Jaber, enalteceu o memorando como “primeiro acordo de GNL com um comprador alemão”.
O acordo foi assinado no segundo e último dia da visita do chanceler Olaf Scholz aos Emirados.
“Precisamos garantir que a produção de GNL no mundo seja avançada ao ponto de suprir a alta demanda existente, sem termos de recorrer à capacidade de produção da Rússia”, declarou o chefe de governo alemão, em referência às sanções impostas ao Kremlin pela guerra na Ucrânia.
“O fato de estarmos comprometidos a um único fornecedor e seus arbítrios certamente não se repetirá”, acrescentou Scholz ante de ser anunciado o acordo com o regime emiradense.
A Rússia fornece a maior parte dos insumos energéticos – sobretudo gás natural e petróleo – aos países da Europa.
“Faremos isso de maneira lógica, ao nos concentrarmos em regiões que permitam garantir o abastecimento energético”, reiterou o chanceler. “Graças aos investimentos na Alemanha, que se tornarão realidade pouco a pouco no próximo ano, teremos infraestrutura para importar gás de modo a não nos vincularmos diretamente a uma fonte específica via gasoduto”.
Scholz corre contra o tempo para encontrar novos fornecedores de insumos energéticos, às vésperas de um árduo inverno no qual Moscou deve fechar suas torneiras.
“Fizemos progresso como uma série de projetos relacionados a produção e aquisição de diesel e gás natural, assim como projetos de GNL”, insistiu Scholz em Abu Dhabi.
Antes de seguir viagem aos Emirados, o chanceler alemão visitou o Catar. No sábado (24), reuniu-se com o príncipe herdeiro e governante saudita Mohammed bin Salman na cidade de Jeddah.
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