A Organização Europeia-saudita para Direitos Humanos (ESOHR) reportou que um tribunal na Arábia Saudita condenou o ativista Nasser al-Mubarak a 16 anos de prisão por compartilhar uma postagem no Twitter. As autoridades da monarquia não concederam detalhes sobre o conteúdo da mensagem tampouco comentaram o caso.
A ong Prisoners of Conscience – que monitora a questão dos prisioneiros na Arábia Saudita – confirmou a sentença severa imposta contra al-Mubarak.
Recentemente, outros indivíduos receberam penas duradouras sob acusações similares, entre estudiosos islâmicos e usuários comuns das redes sociais.
Nas últimas semanas, o judiciário saudita estendeu a sentença contra o sheikh Nasser al-Omar a 30 anos de prisão; condenou o sheikh Abdul Rahman al-Mahmoud a 25 anos; o sheikh Essam al-Owaid a 27 anos; e o sheikh Ibrahim al-Dawish a 15 anos em regime fechado.
A monarquia estabeleceu uma campanha repressiva contra diversos imãs desde a ascensão de Mohammed bin Salman – príncipe herdeiro e governante de facto saudita – ao poder. Entre as personalidades encarceradas, estão Salman al-Awda, Ali al-Omari e Awad al-Qarni.
A justiça penal também emitiu pena de 45 anos de prisão à cidadã saudita Noura al-Qahtani, de 50 anos, após condená-la sob numerosas acusações de caráter vago – como “difundir mentiras” nas redes sociais sobre a liderança do reino.
O tribunal de recursos do estado árabe condenou também Salma al-Shehab – doutoranda na Universidade de Leeds, no Reino Unido – a 34 anos de prisão, sob alegações relacionadas a sua conta no Twitter. Al-Shehab foi presa ao visitar sua família.
As duras sentenças contradizem esforços de relações públicas do governo saudita e apoiadores, que buscam promover uma imagem de modernização e reformas. Críticos alertam que avanços pontuais nos direitos das mulheres são insuficientes e utilizados para encobrir crimes.
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